Uma das práticas essenciais para garantir a saúde das plantas e produtividade da cultura é o correto controle de pragas e doenças que atingem a lavoura de café. Várias pragas e doenças podem acometer os cafezais. Desde já, Broca-do-café (Hypothenemus hampei), Bicho-mineiro (Leucoptera coffeella), Ácaro vermelho (Oligonychus ilicis), Cigarras (Quesada gigas), Ferrugem do cafeeiro (Hemileia vastatrix). Ainda assim, Cercosporiose (Cercospora coffeicola), Mancha de phoma (Phoma tarda) e Mancha aureolada, mas neste artigo vamos detalhar dois deles.
Broca-do-café
Primeiramente, a broca-do-café é uma praga bastante prejudicial ao cafeeiro e ataca os frutos em qualquer estágio de maturação. Aliás, as infestações podem ser influenciadas por diversos fatores, tais como o clima, a colheita, o sombreamento, o espaçamento e a altitude. Sobretudo, níveis a partir de 30% de infestação são prejudiciais à produtividade e qualidade do café.
Os machos da broca-do-café apresentam as mesmas características morfológicas das fêmeas. Porém, são menores com asas rudimentares e possuem o comportamento de não saírem dos frutos onde se originam. As fêmeas, após o acasalamento, perfuram a região da coroa, e ovipositam em câmaras feitas nas sementes. Além disso, após 4 a 10 dias da postura, nascem as larvas que passam a broquear as sementes degradando o interior dos frutos de café. Contudo, o período larval é de 14 dias, o período de pupa é de 7 dias em média, sendo que o desenvolvimento completo dura de 27 a 30 dias.
Nesse sentido, os prejuízos causados pela broca-do-café afetam a classificação e o beneficiamento do mesmo, comprometendo a bebida do ponto de vista comercial.
“A forma mais adequada para acompanhar a infestação da broca-do-café e para a tomada de decisão dos métodos de controle a serem utilizados é fazer a amostragem mensal dessa praga no cafezal. Principalmente até cerca de 70 dias antes da colheita. Entretanto, outra sugestão é iniciar a amostragem quando os frutos estiverem na fase de chumbo e chumbões. Nesse caso, período em que as sementes já estão formadas e, portanto, fase em que a broca perfura o fruto, podendo ovipositar no fruto”, explica o engenheiro agrônomo e CEO da Experimental Agrícola/illycaffè, Dr. Aldir Alves Teixeira.
Bicho-mineiro
Já a mariposa do bicho-mineiro é bem pequena, apresentando 6,5 mm de envergadura, asas brancas na parte dorsal. No entanto, sua postura ocorre durante a noite, com média de 7 ovos, colocando um ovo por folha, e durante o dia permanece na parte inferior das folhas. Contudo, nas infestações, a lagarta penetra na folha e aloja-se entre as duas epidermes, começando a alimentar-se e a construir minas, daí o nome bicho-mineiro.
A ocorrência do bicho-mineiro está condicionada a diversos fatores. Entre eles destacam-se as condições climáticas, sendo que a precipitação pluvial e a umidade relativa do ar influenciam negativamente na população da praga. Aliás, contrário da temperatura, que exerce influência positiva. Bem como a presença ou ausência de inimigos naturais como parasitoides, predadores e patógenos e diferenças de espaçamentos favorecem as infestações dessa praga.
As larvas do bicho-mineiro eclodem de 5 a 21 dias após a postura, e penetram nas folhas, ficando entre as duas epidermes e causando a destruição do parênquima. Consequentemente causam diminuição da área fotossintética e provocam queda das folhas. A princípio, o período larval desta praga dura de 9 a 40 dias, formando um casulo em forma de X, no baixeiro do cafeeiro. Todavia, o período de pupa dura de 5 a 26 dias e os adultos sobrevivem em média cerca de 15 dias.
“A amostragem de bicho-mineiro em cafeeiros de até 3 anos de idade deve ser realizada quinzenalmente no início, quando os primeiros danos aparecem nas folhas. Neste caso, o controle do bicho-mineiro deve ser iniciado quando forem encontradas 30% ou mais de folhas minadas nos terços médio e superior das plantas de café”, orienta Dr. Aldir Alves Teixeira.
Controle de pragas e doenças
Por fim, para garantir a boa produtividade da lavoura, os cafeicultores precisam estar atentos aos primeiros sinais de pragas do café. Desse modo, para contornar o problema antes que ele gere prejuízos consideráveis. Em suma, tudo isso sem deixar de lado as práticas agrícolas sustentáveis e conscientes.