Neste, policiais civis realizaram duas operações contra estabelecimentos que comercializavam carne imprópria para consumo Nesta semana, policiais civis da Delegacia do Consumidor (Decon) do Rio de Janeiro apreenderam toneladas de carnes estragadas que estavam à venda no varejo do Estado.
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Um dos casos envolvia a empresa Tem Di Tudo Salvados, do município Três Rios (RJ), e o outro o supermercado Vianense, em Duque de Caxias (RJ). A polícia investiga se as duas ocorrências estão relacionadas.
Entenda tudo que se sabe até o momento sobre dois casos:
Carne estragada pelas enchentes do RS
Entre o final de abril e o início de maio de 2024, diversas cidades do Rio Grande do Sul sofreram com enchentes e inundações. De acordo com a investigação do Decon-RJ, a empresa Tem Di Tudo Salvados, do município Três Rios (RJ), comprou 800 toneladas de carne deteriorada pelas enchentes, de um frigorífico de Porto Alegre (RS).
Empresa vendia carne estragada pelas enchentes do RS
O produto deveria ter sido transformado em ração de animal, no entanto, segundo a polícia, a carne foi lavada para retirada de resíduos de lama e colocada em caixas que simulavam uma marca uruguaia. Em seguida, o produto foi posto à venda no varejo.
Denúncia
As investigações começaram depois que a empresa gaúcha que inicialmente realizou a venda procurou a polícia para dizer que notou ter comprado a carne estragada de volta como se estivesse boa e própria para consumo humano.
Operação policial
Na quarta-feira (22/1), a polícia civil do Decon deflagrou a “Operação Carne Fraca”. Os agentes cumpriram mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos investigados, no município de Três Rios (RJ). Ao todo, quatro pessoas foram presas em flagrante durante as diligências.
“De acordo com as investigações, que contaram com o apoio da Decon do Rio Grande do Sul, no período de maio a junho do ano passado, aproveitando-se da tragédia climática que assolou o estado gaúcho, os sócios de uma empresa adquiriram 800 toneladas de carne bovina estragada, que ficou submersa por muitos dias em Porto Alegre. Eles alegavam que a intenção era a fabricação de ração animal”, afirmou a Decon em nota.
“O destino do produto deteriorado, porém, foi bem diferente. O grupo vendeu a carne para outras empresas, obtendo lucro de mais de 1.000% e colocando em risco consumidores de todo o Brasil”, acrescentou.
Os investigados podem responder pelos crimes de associação criminosa, receptação, adulteração e corrupção de alimentos, com alcance em todo o país.
Frigoríficos atingidos
“Durante as enchentes de 2024, a chuva molhou as câmaras frias de três frigoríficos do Estado (Rio Grande do Sul) e as carnes que estavam nelas foram destruídas, enviadas para alimentação animal”, afirmou à Globo Rural o diretor-executivo do Sindicato da Indústria de Carnes do Rio Grande do Sul (Sicadergs), Zilmar Moussalle, sem revelar os nomes das empresas atingidas.
Considerando que estas carnes já foram encaminhadas para ração, ele acredita que ninguém vá fazer de novo a comercialização de produto estragado pelas inundações.
Ainda assim, Moussalle ressaltou que o sindicato está acompanhando as investigações da polícia.
Carne imprópria em supermercado
Nesta quinta-feira (23/1), os policiais do Decon apreenderam um outro lote de duas toneladas de carne imprópria para consumo, em um supermercado localizado em Gramacho, Duque de Caxias (RJ), na Baixada Fluminense.
Carne estragada em mercado de Duque de Caxias (RJ)
Os produtos estavam no supermercado Vianense, conforme apurou a reportagem, uma rede com diversas unidades no Estado do Rio de Janeiro. O estabelecimento foi interditado.
Os agentes diligenciaram ao local, após receberem denúncias sobre a comercialização de proteínas estragadas no supermercado. Durante a ação, dois gerentes da loja fugiram e os funcionários foram encaminhados à delegacia para prestar depoimento.
Segundo a Decon, um inquérito foi instaurado para apurar a responsabilidade dos gerentes. A dupla vai responder por adulteração de produto alimentício, associação criminosa e ainda por vender ou estocar mercadoria imprópria para consumo.
“Os agentes apuram ainda se o material apreendido tem relação com a comercialização da carne que ficou submersa na enchente de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul”, ressaltou a delegacia em nota.
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