Café Arábica: R$ 1.908,67
Café Conilon: R$ 1.636,67
Dólar Comercial: R$ 6,09

Diretoria executiva da Cooxupé aponta expectativas para 2025 - Café Cotação


Os efeitos climáticos e as questões logísticas para os embarques do café continuam sendo os principais desafios que a Cooxupé e seus cooperados enfrentaram neste ano. Entretanto, uma coisa é certa: o cooperativismo faz a diferença para encontrar soluções e superar obstáculos. Isso em uma via de mão única em busca da igualdade e do desenvolvimento das pessoas cooperativistas. Nesse sentido, a diretoria executiva da Cooxupé apontou, em entrevista, conquistas e desafios deste ano. Além, claro, das expectativas para 2025.

Em primeiro lugar, o cooperativismo vive um novo momento. Os olhos do mundo se voltam para esse movimento, reconhecendo sua importância e os impactos positivos que provoca na sociedade. Prova disso, de antemão, é que a ONU – Organização das Nações Unidas estabeleceu 2025 como o Ano Internacional das Cooperativas.

Diretoria executiva da Cooxupé

Se, por um lado, os obstáculos desafiam os produtores, por outro as conquistas se sobressaem. Permitindo à diretoria executiva da Cooxupé avaliar 2024 como um ano positivo, em que o cooperado se mostrou participativo. E, principalmente, dono do seu negócio e com poder de decisão em relação ao momento de venda do seu café.

Acima de tudo, o Protocolo Gerações vem se consolidando na realidade da cooperativa e dos produtores. Ganhando, também, visibilidade nacional e internacional. Isso porque foi reconhecido por importantes órgãos. Como, por exemplo, o Ministério da Agricultura e Pecuária – MAPA e a Plataforma Global do Café. Inclusive, os órgãos consideram o Gerações pelas boas práticas agrícolas aplicadas na produção cafeeira.

Ainda no contexto das conquistas, a cooperativa pretende alavancar sua entrada no mercado de grãos em 2025. Confira, a seguir, entrevista com o presidente Carlos Augusto Rodrigues de Melo e o vice-presidente Osvaldo Bachião Filho. Antes de mais nada, o material foi divulgado na Folha Rural.

Cooperados

Carlos Augusto Rodrigues de Melo elogia participação do cooperado em 2024
  • Como vocês avaliam o comportamento do cooperado em 2024?

Carlos: Nossos cooperados tiveram grande crescimento na cultura da venda do café. Além de estarem muito dedicados às ações que a cooperativa promove. Tal mudança, vem ocorrendo de uns anos para cá. Porém, em 2024 o produtor foi fantástico: aproveitou o momento em que os fertilizantes estavam com preços mais baixos. Também fez muito Barter (fixação futura) para esse ano e, praticamente, já entregou tudo. Então, ele está capitalizado e sabendo mandar no seu negócio. Antes, quem mandava era o comprador. Hoje, é o produtor.  

Osvaldo: De maneira geral, ocooperado tem sido exemplar e, cada vez mais, preocupado com as pautas sustentáveis. Há, nesse sentido, uma mobilização da sociedade em que a Cooxupé está presente, antenada em como evidenciar as boas práticas. Já é um movimento relevante e precisamos continuar.

  • Em 2024, aconteceram muitas atividades voltadas para as cooperadas. Como vocês avaliam essa participação feminina?

Carlos: Onde está a presença feminina, as coisas mudam. Estou muito satisfeito, pois em todos os ambientes em que estamos, a participação das mulheres tem aumentado. E estamos percebendo que muitas decisões têm sido compartilhadas.

Osvaldo: É ótimo o que está acontecendo. Afinal, as cooperadas e esposas estão cada vez mais preocupadas e antenadas diante dos desafios e das oportunidades.

Avaliação de 2024

Osvaldo Bachião Filho comemora que o mundo tem consumido mais café
  • Por falar em desafios e conquistas, quais foram os principais de 2024?

Carlos: Além da questão climática, existem outros. Como, por exemplo, as adequações à legislação em todos os sentidos. Temos trabalhado muito na questão das relações trabalhistas, encontrar o processo de sustentabilidade e divulgar em massa dentro do universo da Cooxupé. Para que sejam atendidas as demandas do consumidor interno e externo.

Por outro lado, não tivemos desafios de ordem financeira dos cooperados por conta do preço do café nos patamares que está. Tivemos uma grande conquista esse ano: o início da consolidação do Protocolo Gerações. Hoje, estamos contemplados em nível mundial, pois esse programa já é mencionado internacionalmente e começando a colher frutos. Portanto, o ‘Gerações’ está dentro desse contexto: um misto de desafios e conquistas.

Osvaldo: O clima é o maior desafio nos últimos cinco anos, pois transformou radicalmente nossos níveis de produtividade e despertou atenção em relação aos nossos manejos. Além de pensarmos na cafeicultura regenerativa, o que tem sido feito para amenizarmos tais efeitos. Já a conquista é o mercado: o mundo está consumindo mais café! Inclusive, isso refletiu fortemente nos preços, está mexendo com a nossa sociedade e nossas famílias cooperadas. Quando pregamos que queríamos entregar renda e qualidade de vida a essas famílias, isso está acontecendo de maneira formidável nesse momento, sem deixar de lado o desafio.

2025, o Ano das Cooperativas

  • Em 2025, a ONU estabeleceu o Ano Internacional das Cooperativas. Como a Cooxupé avalia esse movimento e sua importância?

Carlos: Tenho sentido que, nos últimos anos, especificamente em 2024, o cooperativismo está em êxtase. Isso com as cooperativas bem geridas, fazendo com que a sociedade busque cada vez mais o modelo cooperativista, que se sobressai por conta da igualdade entre as pessoas. Apesar de ter o seu lado social muito forte, o cooperativismo também traz às pessoas a oportunidade de se desenvolverem. Sobretudo, é muito claro para mim que o cooperativismo vive um momento de nova configuração mundial e de evidência.

Osvaldo: O movimento cooperativista nasce de um idealismo. Entretanto, é uma grande alavanca de mudança não apenas dos cooperados, mas da sociedade de onde a Cooxupé está presente. Essa capacidade de fazer com que os pequenos produtores tenham poder comercial parecido com os médios e grandes é uma forma de inclusão. Aliás, que faz com que a sociedade se mobilize ao redor das cooperativas e associações. Uma boa cooperativa, com gestão que olha para o futuro, faz com que uma comunidade seja transformada pelo poder do trabalho.

Safra e exportações

Diretoria executiva da Cooxupé defende o desenvolvimento de novas cultivares de café que convivam com o clima mais quente
  • Como foi a safra 2024? O que é esperado para 2025?

Carlos: A questão climática e seus impactos são recorrentes desde 2021. Se pegarmos de 2021 para 2024, assim como 2025, o caminho é o mesmo sentido até aqui. Primeiramente, os produtores não reduziram os tratos culturais. Pelo contrário, ampliaram e não estão conseguindo trazer o resultado desejado. Portanto, essa situação está sendo compensada no momento por questões comerciais, preço, mas isso é grave. Requer outras ações, começando no campo de pesquisa, questão genética.

Acima de tudo, é preciso desenvolver novas cultivares que convivam com o clima mais quente. A produtividade reduziu em 10 sacas por hectare de 21 a 24. Neste ano, por exemplo, esperávamos uma safra parecida com a de 23. E foi, mas veio menor. Sobre 2025, ainda é cedo para falar, mas deve ser muito parecida com a de 24, para menor.

  • Qual avaliação sobre as exportações?   

Carlos: A logística foi e continua sendo um grande desafio para a Cooxupé, uma vez que tem sido impactada pelas questões marítimas. Englobando, assim, encarecimento, fretes, falta de navios e de contêineres, além das dificuldades portuárias em Santos. Dessa forma, é possível que das metas da Cooxupé para esse ano, duas sejam revistas: a entrega e os embarques de café.

Primeiramente, essa situação melhorou um pouco no final do ano. Porém, devido à dificuldade que tivemos ao longo de 2024 nos portos, não devemos atingir a meta provável. O café foi comprado, aliás nunca se comprou tanto café na Cooxupé como este ano. E também vendemos muito. Contudo, o embarque é comprometido por questões de logística, o que deve perdurar em 2025.

Recebimento de café e investimentos

  • Como a Cooxupé avalia o recebimento de café neste ano?  

Carlos: Não atingir a meta de originação em 2024 não me surpreende pelo fato que o café rendeu menos. Claro que procuramos sempre buscar uma participação maior do cooperado, por meio de inovação, serviços e tecnologias. Desde já, o decréscimo que tivemos da meta vem da quebra da safra como um todo. Esse é um ponto. A princípio, 2025 vem também com a dificuldade de produção.

Porém, é válido destacar a questão do preço, que está em condição muito favorável dada a sua relação custo/benefício. Esses patamares de preços são em decorrência da falta de café no mundo. Vejo com bons olhos a questão do mercado, contudo com a dificuldade de produção por conta do clima. 

  • O que está previsto para 2025 em investimentos?

Carlos: Primordialmente, há um projeto de reforma na sede da Cooxupé para acolher melhor nossos cooperados e parceiros. Já na área dos núcleos, a ideia é abrir outras filiais menores para estarmos cada vez mais próximos de nossas famílias produtoras. Além disso, também investiremos no setor de grãos que a Cooxupé está entrando. E pretendemos alavancar nossa participação neste mercado, pois temos potencial.

Torrefação e SMC

Torrefação Cooxupé se consolidou no mercado de cafés torrados e moídos
  • Diante de muitas conquistas, como avalia o desempenho da Torrefação?    

Carlos: Nossa Torrefação é o orgulho do nosso cooperado. Ele quer chegar ao supermercado e ver a marca dele, pois se sente orgulhoso e isso também passa pelos nossos conselhos e diretores. Ademais, nossa indústria se consolida de maneira brilhante com novos desafios. Como, em 2025, buscar o mercado em São Paulo. Hoje, estamos preparados para atender a essa região com volume e atendimento suficientes.

  • E sobre a SMC Specialty Coffees?

Carlos: A SMC não é volume, é agregação de valor ao cooperado. Em outras palavras, estamos satisfeitos com os resultados obtidos e a visibilidade mundial. Dentro da SMC, destacando o Especialíssimo, há um crescimento dos participantes. Não estamos melhorando apenas 50 produtores, mas sim, os mais de 20 mil.  Todavia, o mais importante é levarmos essa filosofia de buscas de cafés especiais a todo público da Cooxupé.

Cafés especiais e negócios próprios

  • Como a diretoria executiva da Cooxupé avalia o Programa Especialíssimo em 2024?  

Osvaldo: Tudo o que traz rentabilidade ao cooperado faz com que ele se mobilize rapidamente. Dessa forma, o Especialíssimo tem sido muito relevante porque conseguimos agregar valor ao café que ele produz. Sendo que, muitas vezes, o produtor não sabia que produzia esse tipo de café. Fico empolgado com os resultados, mas acho que ainda é só o começo e vamos muito longe. Definitivamente, envolver nosso cooperado nesse nicho do café especial tem feito nosso relacionamento com o produtor ser especial também.

  • Como está o desempenho da Vect.Ag e da Corretora de Seguros da Cooxupé? 

Carlos: No intuito da Cooxupé buscar sempre aproximação com o cooperado, trouxemos nos últimos anos a Vect.Ag, focada em crédito. Assim como o aproveitamento com taxas mais baratas e menos burocracia ao produtor. Já a nossa corretora nasceu para trazer mais segurança ao produtor, especialmente por conta do clima. São duas inovações que vêm se consolidando.

Sustentabilidade e atendimento ao cooperado

  • Como a Cooxupé avalia o Protocolo Gerações? 

Carlos: O cooperativismo é feito do processo de igualdade e que se segmenta a partir daquele que faz diferente para melhor. Assim, isso vem ao encontro do Gerações. Antes de mais nada, nossa maior alegria é que, em 2024, nosso protocolo foi um grande destaque da cooperativa. Sabemos que ainda precisamos ganhar escala. Todavia, os resultados têm sido positivos. Alguns produtores já foram premiados pelo Protocolo e pretendemos ampliar esse cenário.

  • A busca por inovações já refletiu nos serviços da equipe da Assistência Técnica. Como isso está acontecendo?

Osvaldo: O que a gente sempre quis é estar presente na cozinha do nosso cooperado, cada vez mais com relevância. Assim, colocamos tecnologia na mão do Departamento Técnico e aumentamos bastante o número de profissionais no campo com ferramentas. Como, por exemplo, a caminhonete equipada com internet. Dessa forma, oferecemos solução rápida e definitiva para aquela conversa na propriedade das famílias produtoras.   

Agradecimentos

  • Qual a mensagem da diretoria executiva da Cooxupé para todas as famílias cooperadas?

Carlos: Otimismo sempre. Sobretudo, agradeço pelo ano que passamos juntos, enfrentando os desafios. E, mesmo assim, obtendo resultado positivo. Peço a Deus que nos beneficie com o clima. A vontade Dele acatamos, trabalhamos e buscamos o objetivo. Por outro lado, agradeço minha equipe de colaboradores, tão importante na construção do sucesso da cooperativa. Ainda assim, agradeço aos cooperados por responderem positivamente; e aos nossos parceiros de vários segmentos. Por fim, desejo saúde e felicidade a todos.

Osvaldo: Agradeço nossas famílias cooperadas. Em suma, é momento de estarmos junto dos familiares, lembrarmos do nascimento de Jesus Cristo, que é a razão disso tudo. Muita saúde e alegria! E, ainda, que entendamos esse movimento do consumo mundial do café e que nos mobilizemos para elevarmos nossas produções e produtividade. Afinal, isso entregará cada vez mais renda e qualidade de vida para nossas comunidades e nossas famílias.



Source link

Tags :

Compartilhe :

Cotação do Café Atualizada no E-mail
cadastro

Café Publicidade

Coloque Sua Marca Aqui

Phone

27 99526-6149

email

pub@cafecotacao.com.br

Café Últimas Noticias

Café Publicidade

Coloque Sua Marca Aqui

Phone

27 99526-6149

email

pub@cafecotacao.com.br

Café Cotação - Recentes

Preço do café arábica oscila no mercado brasileiro

As cotações do café arábica estão bastante voláteis no início de março, uma situação motivada por fundamentos do mercado internacional, como clima, estoques limitados e dúvidas sobre volumes de safra...