O avanço foi impulsionado principalmente pelas valorizações observadas em café, pecuária e grão Os preços pagos aos produtores agropecuários brasileiros registraram alta no início de 2025. De acordo com levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, o Índice de Preços ao Produtor de Grupos de Produtos Agropecuários (IPPA/Cepea) subiu 20,4% no primeiro trimestre deste ano, em comparação com o mesmo período de 2024.
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O avanço foi impulsionado principalmente pelas valorizações observadas nos grupos do café, da pecuária e dos grãos. O segmento que reúne cana-de-açúcar e café teve aumento de 36,7%, puxado sobretudo pelo café, que registrou alta de 146,1%. De acordo com o Cepea, esse movimento foi motivado por oferta limitada, estoques reduzidos, menor produção no Brasil e no Vietnã, além da demanda firme no mercado internacional. Os preços da cana, por outro lado, caíram 1,6% na comparação anual.
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Na pecuária, todos os produtos que compõem o índice apresentaram alta: arroba bovina (32,8%), carne suína (31,6%), leite (25%), ovos (16,7%) e carne de frango (6,9%).
Os grãos apresentaram alta média de 12,4% no período. O milho teve valorização de 27,7%, seguido por trigo (17%), soja (9,5%) e algodão (1,5%). O arroz foi a exceção no grupo, com queda de 18,5%.
O setor de hortifrutícolas foi o único a apresentar retração nos primeiros três meses do ano, com queda média de 10%. Os principais recuos foram registrados na batata (-60,6%), banana (-30,2%), tomate (-19,1%) e uva (-2,4%). A laranja, com alta de 33,9%, ajudou a conter uma queda ainda maior no grupo.
Na comparação com indicadores internacionais, o índice nacional de preços ao produtor cresceu mais do que o índice global de alimentos do FMI, que subiu 4% no período. O índice de produtos industriais teve alta de 7,1%, enquanto o câmbio avançou 18%.
O Cepea observa que, ao longo dos últimos anos, os preços recebidos pelos produtores no Brasil têm seguido, em grande parte, a variação dos preços internacionais, considerando o índice do FMI em reais. Em 2025, no entanto, o indicador nacional manteve trajetória de alta, enquanto o índice externo começou a recuar.
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