janeiro com chuva irregular e temperatura acima da média

janeiro com chuva irregular e temperatura acima da média - Café Cotação

O mês de janeiro de 2025 registrou chuva irregular e distribuída durante todo o período. Ademais, as temperaturas ficaram acima da média. É o que aponta a análise do Departamento de Geoprocessamento da Cooxupé na área de cobertura da cooperativa.

Chuva irregular

Apesar dos registros de precipitações, o volume permaneceu abaixo da média histórica. Coromandel, no Cerrado mineiro, registrou o maior volume mensal, no caso 373,2 mm. Enquanto São José do Rio Pardo, na região da Mogiana paulista, registrou o menor volume com apenas 105,2 mm mensal. Ou seja, sendo a média histórica para esse município de 319,3 mm.

Por outro lado, as cidades de Campos Gerais, Patrocínio e Rio Paranaíba, no Cerrado mineiro, e Campos Gerais, no Sul de Minas, registram chuvas acima da média histórica. Que foram distribuídas durante os três decêndios do mês, com destaque para maiores volumes no 1º e 3º decêndio. De antemão, chuvas irregulares e com índices oscilantes são características marcantes no período de verão.

Temperaturas

Em janeiro, pois, registrou-se temperaturas acima da média histórica em todos os municípios avaliados pela Cooxupé. Entretanto, exceto Coromandel e Serra do Salitre, que registraram temperatura média ligeiramente abaixo da média histórica.

Em São José do Rio Pardo/SP, além do baixo volume de chuva, registrou-se também a maior temperatura no mês (36,2°C) e a maior média na área monitorada (25,8°C). Todos os munícipios apresentaram temperaturas máximas acima de 30°C. Todavia, Cabo Verde e Nova Resende, no Sul de Minas, registraram a menor temperatura no mês (15,1°C).

Outro ponto de atenção é a grande diferença entre as temperaturas máximas e mínimas, gerando amplitude térmica. Isto é, fator que pode alterar o metabolismo das plantas causando consumo de energia elevado. E, por consequência, a redução de carboidratos ou mesmo interferindo no processo de divisão e diferenciação celular.

Fase de granação

Os frutos de café originários da florada em meados de outubro de 2024 entraram na fase de granação. Acima de tudo, esse período é responsável pelo enchimento dos grãos (solidificação). E, consequentemente, pela definição do peso que os frutos poderão atingir.

Importante ressaltar que a incidência de estresses nas plantas pelas condições meteorológicas adversas (veranico, temperaturas altas, amplitudes térmicas e baixa luminosidade), nutrição desequilibrada, ataque de pragas e doenças podem comprometer o enchimento dos grãos. E, assim, reduzir o peso dos frutos. Tudo isso provoca baixo rendimento e aumento da litragem de café em coco para gerar um saco de café beneficiado. Além de causar diversos tipos de defeito, reduzindo a qualidade e a classificação do café.

Junto com a fase reprodutiva, aliás, está acontecendo o crescimento de ramos e folhas que também demandam alta quantidade de energia (nutrientes) e água para atender aos processos de divisão e diferenciação celular. Portanto, os técnicos do Departamento de Geoprocessamento da Cooxupé recomendam o monitoramento das condições nutricionais e realização dos tratos culturais.

Armazenamento de água no solo

Apesar dos registros de chuvas abaixo na média histórica em vários municípios, as precipitações de janeiro foram responsáveis por elevar o armazenamento de água de solo em todas as cidades acima dos 87% da capacidade de campo. Em alguns casos, inclusive, atingindo 100% da capacidade de armazenamento.

Atenção para São José do Rio Pardo, que registrou volume de chuva abaixo da média histórica e altas temperaturas. E, por consequência, redução do armazenamento de água no solo. Aumentando, assim, a taxa de evapotranspiração e registrando déficit hídrico (14,7 mm) concentrado no 2º decêndio do mês. Com exceção de São José do Rio Pardo, não houve registro significativos de déficit hídrico na área monitorada pela Cooxupé.

Exceto São José do Rio Pardo, todos os munícipios monitorados registraram excedente hídrico. Fator que corresponde, sobretudo, ao volume de água que não infiltrou no perfil do solo. Esta água escorre pela superfície do solo, infiltrando em outros locais ou depositando em algum curso d’água. Exemplo é Coromandel, que registrou 257,1 mm de excedente hídrico.

Por fim, os técnicos recomendam, nesta época de chuvas, a adoção de práticas conservacionistas de solo com a finalidade de controlar as “enxurradas”. E, ainda, minimizar os efeitos e as perdas pela erosão hídrica.

Em síntese, na página da Cooxupé estão disponíveis para consulta todos os dados coletados pelas estações meteorológicas da cooperativa.