Em 12 meses, o café acumula ganho de 112,18% devido aos problemas da safra brasileira e continuidade da demanda mundial.
Na avaliação de Haroldo Bonfá, diretor da Pharos Consultoria, além do descompasso entre oferta e demanda, o preço do café também foi direcionado pelas ondas de calor que atingiram algumas áreas produtoras do Brasil, e que afetam a safra 2025/26. O menor ritmo das exportações, que escancara o quadro de déficit esperado para este ano, também sustentou os preços futuros.
Se esse cenário se mantiver, novos recordes para o preço do café em Nova York não estão descartados, segundo Bonfá. No dia 13 de fevereiro, os futuros atingiram, pela primeira vez, a US$ 4,3890 a libra-peso.
O quadro de oferta mais apertada de café influencia também as cotações domésticas, o que fez do produto moído um dos vilões da inflação dos alimentos no Brasil nos últimos meses, motivo de preocupação para o governo. Ao menos no curto prazo, a situação deve persistir, considerando as projeções de alta de até 30% nos próximos dois meses, divulgada pela Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic).
Enquanto isso, o açúcar demerara, outro produto em que o Brasil lidera a exportação, cai 1,24%, 18,30 centavos de dólar a libra-peso. Em fevereiro, o adoçante teve alta de 6,27%.