Empresa monta joint venture com grupo Certano para que as duas possam ampliar produção no Brasil Uma paixão por cavalos fez o empresário Luiz Meneghel Neto fundar, há 38 anos, a SL Alimentos. A empresa, que no ano passado faturou R$ 300 milhões, começou com plantio de aveia destinada à alimentação de equinos, mas não para de expandir. Acaba de criar uma joint venture com o grupo Certano, para a aquisição de uma antiga fábrica da General Mills.
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A unidade industrial, situada em Cambará, no norte do Paraná, está desativada desde 2023, quando a General Mills optou por deixar de fabricar os produtos da marca Yoki no local.
A joint venture é uma empresa imobiliária, que vai arrendar 50% da unidade de 120 mil metros quadrados, sendo 60 mil de área construída, para cada um dos sócios. Eles vão fabricar seus respectivos produtos separadamente na planta. O valor do negócio não foi divulgado.
Em entrevista ao Valor, Meneghel, atual presidente do conselho da SL, afirmou que cada sócio deverá investir entre R$ 20 milhões e R$ 50 milhões em novos equipamentos para fabricarem seus produtos em linhas diferentes. “Nós da SL, vamos em busca dos clientes para desenvolver produtos inovadores para indústria de alimentos”, disse.
Segundo Meneghel, a SL surgiu, inicialmente, da intenção de alimentar sua criação de cavalos com melhores produtos. “Comecei a plantar aveia, os amigos vieram comprar. Então, montei uma unidade de recebimento de aveia, e assim as coisas foram fluindo, devagar e constantemente”, contou. Há dois anos, Roberta, filha de Meneghel, assumiu a presidência da empresa e ele foi para o conselho.
Hoje, a SL Alimentos é a maior processadora de aveia do país, com clientes como Nestlé, Pepsico e a própria General Mills, segundo Meneghel.
A empresa tem três fábricas, sendo uma em Mauá da Serra (PR); uma em Cabo de Santo Agostinho (PE); e outra em Jundiaí (SP), onde fabrica um produto exclusivo para a Pepsico. Recentemente, a SL começou a exportar para Paraguai e Argentina
A aveia é o carro-chefe da SL, responsável por 80% do faturamento, mas a empresa também processa centeio, arroz, trigo, cevada, faz extrusão de cereais e grãos para alimentos plant-based e mix e blends para indústria de alimentos e bebidas.
Desde 2023, investiu R$ 80 milhões na modernização da unidade fabril da Mauá da Serra. O recurso foi usado para a criação uma linha de produção de proteínas concentradas de leguminosas secas, com foco no processamento de feijão, e em uma fábrica de carne vegetal plant-based, que fornece à Fazenda Futuro. O moinho de aveia também foi modernizado.
Para 2025, a expectativa de Meneghel é aumentar o faturamento em 15%. “Mas será um ano difícil porque os clientes estão retraídos, com os juros tão altos e as incertezas econômicas.”
O grupo Certano tem 50 anos de história e sede em Cambará, onde fica a fábrica adquirida. Começou como atacadista, mas desde 2007 tem uma fábrica de açúcar e café na cidade. Distribui outros produtos alimentícios e também itens de limpeza.
“Nos conhecemos há muitos anos e sabemos da idoneidade um do outro”, afirmou Meneghel. As negociações para a criação da joint venture e para a compra foram comandadas por Roberta Meneghel, de acordo com o empresário.



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