Em Nova York, os contratos de segunda posição do café subiram para US$ 3,3204, em média, com aumento mensal de 4,06%, segundo o Valor Data. Na bolsa de Chicago, o contrato de segunda posição do milho subiu 8,48%, para US$ 4,8529 o bushel, enquanto a soja com o mesmo vencimento teve cotação média de US$ 10,4057 o bushel, com alta de 5,14%.
No caso do café, a demanda consistente e movimentos especulativos também influenciaram o comportamento do mercado, após a primeira estimativa para a safra 2025/26 no Brasil, divulgada pela Conab. Na terça-feira (28/1), a estatal estimou uma produção de 51,8 milhões de sacas, 4,4% abaixo do ciclo anterior.
Entre analistas e participantes do mercado, já havia a expectativa de que a produção brasileira de café cairia na safra 2025/26, cenário reforçado pela previsão da Conab. “Olhando para a safra 2025/26, teremos uma produção menor por conta dos problemas de clima. No ano passado, tivemos períodos de seca nas regiões de arábica, que duraram até 7 meses e trouxeram prejuízo para a safra que será colhida”, diz Francisco Queiroz, analista da consultoria Agro do Itaú BBA.
O consumo global de café, que não mostra sinais de arrefecimento, é outro fator de alta. “Já são quatro anos com a demanda superando a oferta. Nesse período, grandes produtores, como Brasil, Vietnã e Colômbia, queimaram seus estoques de passagem. O mesmo aconteceu em grandes centros consumidores , como a União Europeia e EUA”, observa Laleska Moda, analista de inteligência de mercado da Hedgepoint Global Markets.
Na bolsa de Chicago, os preços de soja e do milho, principalmente, subiram após cortes robustos nas estimativas de produção dos EUA. No início de janeiro, o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) reduziu em 7 milhões de toneladas a estimativa para aprodução de milho no país, para 377,63 milhões de toneladas no ciclo 2024/25.
“Uma revisão dessa magnitude feita em janeiro, de uma safra que encerrou a colheita em novembro, não me parece algo natural. Isso levou a relação estoque/uso nos EUA para um nível de alerta, e consequentemente os preços acima dos US$ 4,50 na bolsa”, afirma Leonardo Martini, analista de gerenciamento de risco da StoneX.
O trigo, também negociado na bolsa de Chicago, subiu 0,69% em janeiro, para US$ 5,5802 o bushel, em média, segundo o Valor Data.
Pelo lado das quedas em Nova York o destaque foi o açúcar, com baixa de 6,56%, para 17,70 centavos de dólar por libra-peso. Segundo Maurício Muruci, analista da Safras & Mercado, o bom volume de chuvas nos canaviais do Centro-Sul, desde novembro do ano passado, melhora as expectativas acerca do desempenho da safra 2025/26, que começa em abril.
Em Nova York, o algodão também se desvalorizou, com recuo de 2,39%, para uma média de 68,64 centavos de dólar por libra-peso. Houve baixa ainda no suco de laranja. Os contratos de segunda posição tiveram retração de 4,25%, para US$ 4,7647 a libra-peso.