As tendências climáticas para o próximo ciclo do café, com destaque para a formação de uma nova La Niña, estarão no centro de palestra durante o 7º Fórum Café e Clima. Antes de mais nada, a apresentação será de Marco Antonio dos Santos, agrometeorologista e sócio-fundador da Rural Clima. O encontro, de antemão, será realizado no dia 14 de agosto, às 14h. E reunirá especialistas e produtores para discutir os impactos do clima nas safras de 2025 e 2026.

Nova La Niña

Segundo Santos, há grande probabilidade de formação da La Niña ao longo da primavera. Entretanto, com duração curta e intensidade fraca. A diferença em relação ao ano passado está no momento do pico do fenômeno.

“Diferentemente de 2024, quando o pico ocorreu na virada do ano e provocou estiagens em pleno verão, este ano o ápice deverá acontecer durante a primavera. Ou seja, entre novembro e dezembro. Esses intervalos sem chuvas deverão ser pequenos e, portanto, não devem acarretar grandes prejuízos à safra 2026”, adianta o especialista.

Regime de chuvas

Um dos principais efeitos esperados será a antecipação do regime de chuvas. “Em 2024, as precipitações só se regularizaram na segunda quinzena de outubro. Este ano, porém, a regularização deve ocorrer já na segunda quinzena de setembro. Ocasionando uma florada bem mais cedo”, afirma.

Ademais, ele observa que, como o Sul de Minas Gerais e São Paulo registraram chuvas nos últimos meses, o estresse hídrico foi menor. O que pode favorecer até mais de uma florada, inclusive.

Adversidades climáticas

Para enfrentar possíveis adversidades climáticas, por fim, Santos recomenda atenção ao manejo. “A forma mais eficiente de mitigar os efeitos adversos é fazer o dever de casa bem feito. Assim, manter um bom perfil de solo, cobertura morta ou viva nas ruas do café, plantas bem nutridas e livres de pragas e doenças. Quando possível, recorrer à irrigação e ao sombreamento também é importante”, orienta o agrometeorologista.

O especialista ressalta ainda que a Rural Clima vem investindo fortemente em tecnologia para aumentar a precisão das previsões.

“Estamos desenvolvendo modelos matemáticos baseados em inteligência artificial para interpretar com maior eficiência as mínimas mudanças na atmosfera e elevar a assertividade das estimativas. Independentemente da ocorrência de La Niña ou El Niño, é evidente que há uma mudança no padrão climático. E isso exige o uso de todos os recursos tecnológicos disponíveis para manter a eficiência na produção”, conclui.

Programa-se

7º Fórum Café e Clima da Cooxupé

• Data: Quinta-feira, dia 14 de agosto
• Horário: A partir de 14h
• 14h: Abertura com a Diretoria Executiva da Cooxupé
• 14h15: Palestra de Guilherme Vinícius Teixeira, engenheiro agrônomo do Departamento de Geoprocessamento da Cooxupé, sobre os desafios climáticos e a resiliência do café nas regiões da cooperativa.
• 15h00: Palestra de Marco Antônio dos Santos, agrometeorologista da empresa Rural Clima, sobre as previsões climáticas para a safra 2026 e o que se espera da nova La Niña.
• 15h40: Palestra do Prof. Dr. José Donizete Alves, da Universidade Federal de Lavras (UFLA), sobre os impactos do clima na safra de 2025 e nos desafios para o manejo fisiológico em 2026.
• 16h20: Debate  
• 17h00: Encerramento
• Como assistir: Transmissão on-line ao vivo pelo Hub do Café ou pelo YouTube da Cooxupé