Ministro espera chegar a 30 mil pessoas assentadas ainda em 2025 O Plano Safra 25/26 da Agricultura Familiar terá um “grande estímulo” à produção de café, ovos, leite, arroz e feijão, disse nesta sexta-feira (10/6) o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira.
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Sem adiantar valores, ele afirmou que espera aumentar o montante total de recursos oferecidos em financiamentos aos pequenos produtores em relação à temporada em vigor, de R$ 76 bilhões, e também os subsídios a esse público.
“Queremos bater recorde de 2025 para 2026 (…) O que conseguimos conjugar nesses dois últimos Planos Safras foi ter recorde de valores e recorde de subsídios, e espero concretizar essa equação”, disse Teixeira em entrevista no programa Bom dia, Ministro, da EBC.
Segundo Teixeira, o novo Plano Safra — que deve ser lançado ainda em junho — terá “grande estímulo à produção de café e de ovos, além de continuar o estímulo à produção de leite”. Na conversa, ele citou ainda que serão adotadas medidas para manter a produção de arroz em níveis positivos.
“Arroz e feijão são base do prato do povo brasileiro. Vamos lançar uma série de incentivos para diversos produtos para termos produtos no prato”, completou.
Teixeira lembrou que os juros para a produção de itens na cesta básica da temporada 2024/25 é de 3%, ante uma Selic de 14,75%. “Há subsídio alto para produção de alimentos. Café, arroz, feijão, leite. Vamos continuar a estimular”, disse. Ele não mencionou o patamar de juros que espera para o ciclo 2025/26.
Com preços em alta no mercado devido a quebras de safra em países produtores, o café entrou no foco do Ministério do Desenvolvimento Agrário. Teixeira disse que entrou recentemente no conselho deliberativo da política do café e quer discutir a expansão da produção cafeeira familiar.
“Entrei no conselho que vai discutir o fundo do café (Funcafé). Quero que o fundo possa ajudar a formação de cooperativas e agroindústrias na agricultura familiar. Quero ver como dinamizamos ainda mais a produção”, disse. “No novo Plano Safra, vamos estimular ainda mais a produção de café. Todo mundo vê que não tem produção suficiente”, afirmou.
Teixeira disse ainda que o novo Plano Safra terá um programa específico de estímulo à conectividade no campo. “O produtor não pode ficar sem acesso à internet. Todo bem-estar que a cidade promove, temos que oferecer ao produtor rural também”, indicou.
Dados divulgados pela Secretaria de Comunicação Social mostram que foram desembolsados R$ 51 bilhões em financiamentos a pequenos produtores nos primeiros nove meses do Plano Safra 2024/25. Nas políticas de inclusão, o montante de crédito contratado por mulheres no conjunto das linhas saltou de R$ 9 bilhões em 2022 para R$13,7 bilhões em 2024, alta de 52,5%.
Reforma agrária
Alvo de críticas constantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Paulo Teixeira disse que mantém relação respeitosa e trabalha para realizar entregas para “todos os movimentos sociais” do campo. Ele disse que ainda há condições de fazer a maior entrega de lotes da reforma agrária da história neste ano.
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“Minha relação com MST sempre foi muito respeitosa. Compreendo o papel que movimento social tem de pressionar. O papel do Executivo é entregar. Também tenho como missão que tudo que entregar temos que entregar para todos, para o conjunto dos movimentos sociais brasileiros, para ter equilíbrio dos movimentos sociais”, disse.
A principal crítica do MST é quanto à demora para criação de novos assentamentos da reforma agrária. Em algumas oportunidades, o movimento já pediu a saída do ministro.
Segundo Teixeira, já foram criados mais de 15 mil novos lotes em assentamentos convencionais desde o início do governo. O número poderá chegar a 30 mil em 2025 e, até 2026, serão 60 mil famílias atendidas.
“O importante é terminar governo com mesmo respeito dos movimentos sociais. Estamos fazendo tudo para entregar os programas de reforma agrária”, disse. Teixeira citou a relação respeitosa com movimentos como Contag, Fetraf, MPA e FNL.
Segundo ele, o governo federal já aportou R$ 1,1 bilhão para a compra de terras, tem usado terras públicas e obtido outras áreas por meio de adjudicação para destinar à reforma agrária.
“Devemos terminar o mês com 16 mil novos lotes a destinar as famílias”, disse Teixeira. O ministro citou ao menos três assentamentos onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve ir entregar lotes nos próximos meses: no Pará, em Pernambuco e na Bahia.
“Temos cerca de 115 mil acampados esperando por terra. Temos pressa de fazer com que todos possam ter, em horizonte não tão curto, terra para nela trabalhar”, disse na entrevista.
Ele citou a possibilidade de, em uma única operação de adjucicação de terras, conseguir passar de 26 mil lotes novos em assentamentos. “E fazer com que seja o ano de maior entrega de lotes para a reforma agrária da história”, completou.
Além disso, tem avançado o acordo com a Suzano na região sul da Bahia, onde já houve vários conflitos. “Estamos comprando as terras da Suzano. Já compramos sete fazendas, parte compramos, parte a Suzano doou. Fizemos um programa e já estamos adquirindo as terras e assentando as pessoas no sul da Bahia”, comentou.
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