A fertilidade de solos é um fator determinante para a produtividade das lavouras. Nesse sentido, cada nutriente em sua devida proporção é responsável pelo desenvolvimento e produção do cafeeiro. E o equilíbrio entre os nutrientes é essencial para uma produtividade satisfatória. Pensando nisso, pois, a análise de solo e folha é indispensável para identificar possíveis desequilíbrios entre nutrientes que podem afetar a produtividade da lavoura. Acima de tudo, é o que orienta o Departamento Técnico da Unidade de Atendimento de Piumhi/MG, da Cooxupé.
Análise de solo
Geralmente, realizam a análise química do solo a partir do mês de abril. Com o objetivo de avaliar as características ao final do ciclo de produção, a análise do solo define quais insumos devem ser usados para corrigir eventuais deficiências. E, ainda, como melhorar suas condições para aumentar a produtividade das plantas. Afinal, uma planta com a nutrição equilibrada tem maior resistência ao ataque de doenças e menores perdas de produção em anos de clima adverso.
Vale lembrar, sobretudo, que o equilíbrio entre os nutrientes é muito importante, ao ponto de que o excesso pode ser tão prejudicial quanto a sua deficiência. Por esse motivo, a análise de solo é tão importante para a plantação.
Por meio dela, inclusive, o consultor pode indicar o produto certo, na quantidade correta, para que a resposta da plantação seja a melhor possível. Além disso, diminui o custo de produção da lavoura, evitando a compra desnecessária de fertilizantes.
Textura
Por outro lado, realizam a análise física em qualquer época do ano. Ela determina a textura do solo, ou seja, a proporção de areia, silte e argila presentes na amostra. O que indica a capacidade do solo de reter água e nutrientes, bem como sua aeração e seu comportamento mediante as variações climáticas.
Já a análise biológica indicam para acompanhar a atividade de microrganismos presentes no solo. A princípio, existe uma época ideal para realizar a análise da atividade biológica do solo em cafezais. O período ideal é, geralmente, no início da fase de granação dos frutos, que ocorre por volta de janeiro, cerca de três meses após a florada. Dessa forma, recomendam realizar essa análise anualmente, podendo ser feita até duas vezes ao ano, dependendo das necessidades.
Nematoides
Ademais, devemos nos atentar para a análise de nematoides, praga que afeta diretamente a produtividade da cultura do café. E, afinal, deve ser monitorada através de análises periódicas, sempre que houver presença de sintomas nas lavouras.
Em casos de morte casual de plantas em reboleiras no talhão, baixa resposta do talhão aos tratos culturais e baixas produtividades mesmo em anos favoráveis, informe seu consultor. Em primeiro lugar, para que acompanhem esse talhão de perto.
Amostras
De antemão, o laboratório João Carlos Ferreira de Freitas, da Cooxupé, conta com uma estrutura de primeira linha para realizar todas essas análises. Ou seja, ele realiza análises de folha (tecido vegetal), fertilizantes, corretivos de solo, material orgânico e organomineral, entre outras.
Esse especialista, em suma, é responsável por analisar as amostras enviadas pelos cooperados. Entretanto, a qualidade da amostra é fator determinante para um resultado confiável e uma interpretação e recomendação precisas.
Pontos importantes
Nesse sentido, o responsável pela coleta da amostra deve se atentar aos seguintes pontos:
1. Definir talhões homogêneos para a coleta de amostra. Que apresentem mesmo tipo de solo (cor, textura, drenagem), topografia (morro, meia encosta, baixada), de no máximo 10 hectares e com plantas da mesma idade, variedade e carga pendente. Nesse talhão, pois, todas as plantas devem ter recebido as mesmas adubações e pulverizações;
2. Em seguida, a amostra de solo que será enviada ao laboratório é chamada amostra composta, por ser a mistura de várias amostras simples. Isto é, devemos coletar amostras em diversos pontos do talhão, misturar bem e identificar a amostra de solo antes de enviar ao laboratório;
3. Recomenda-se, ainda, escolher os pontos de amostragem ao acaso (em zigue-zague) em todas as partes do talhão. Próximo às plantas que “representam” a lavoura, ou seja, que apresentam características semelhantes à maioria das plantas do talhão;
4. Várias ferramentas podem ser utilizadas para realizar a coleta de amostra de solo. Por exemplo, enxadão, cavadeira, pá de corte, trado holandês, sonda, broca motorizada, entre outras. Todas essas ferramentas são capazes de fornecer uma amostra de qualidade, desde que bem utilizadas;

Outras recomendações
5. Antecipadamente, o modelo de amostragem que mais utilizam é a amostra de 0 a 20 cm, faixa onde está localizada a maioria das raízes das plantas. Em alguns casos, pode realizar a amostra de 20 a 40 cm, de acordo com a recomendação do consultor técnico;
6. Na cafeicultura, à primeira vista, utilizam mais a coleta de 0 a 20 cm. O ponto ideal é na projeção da copa do cafeeiro, onde aplicam o fertilizante durante o ciclo. Do mesmo modo, o responsável pela coleta deve abrir uma pequena trincheira (buraco) nesse ponto. E coletar uma faixa de solo uniforme da superfície do solo até a profundidade desejada. A partir daí, temos a amostra simples, que devem adicionar a um balde. Devem repetir esse processo em vários pontos do talhão, assim como citaram acima;
7. Depois, com a mistura das amostras simples, devemos retirar uma porção de aproximadamente 500 gramas de solo. E identificar a amostra com o máximo de informações possíveis sobre o talhão. Como proprietário, propriedade, nome do talhão, idade e carga pendente da lavoura. Em síntese, a embalagem adequada para enviar sua amostra de solo estará na Cooxupé mais próxima, onde as amostras devem ser entregues.
8. Por fim, o laudo da análise estará disponível em alguns dias. Após a chegada do laudo, procure o Departamento Técnico da cooperativa para interpretação do resultado. E para as devidas recomendações.
