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Exportadores de café têm prejuízo logístico de R$ 11,9 mi - Café Cotação


O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) estima que, em novembro, o setor tenha tido prejuízo logístico de R$ 11,930 milhões. De antemão, a quantia envolve gastos extras com armazenagens adicionais, detentions, pré-stacking e antecipação de gates. Nesse sentido, os constantes atrasos e alterações de escola de navios para exportação, além de frequentes rolagens de cargas, fizeram que o País acumulasse 1,615 milhão de sacas de 60kg. Ou seja, um total de 4.895 contêineres do produto não embarcadas em 2024 até novembro.

Com um preço médio Free on Board (FOB) de exportação de US$ 290,66 por saca (café verde) e a média do dólar em R$ 5,8065 em novembro, o não embarque desse café implica que o Brasil deixou de receber, nos 11 primeiros meses de 2024, US$ 469,53 milhões. Isto é, cerca de R$ 2,726 bilhões, como receita cambial.

Prejuízo logístico

De acordo com Eduardo Heron, diretor técnico do Cecafé, os exportadores brasileiros de café seguem enfrentando intensos gargalos logísticos em função devido a falta de infraestrutura portuária adequada. “Os principais portos brasileiros não acompanharam a evolução do agronegócio. É necessário ampliar a capacidade dos pátios, berços e calados para atender às demandas crescentes. Além de melhorar as condições das rodovias, ferrovias e hidrovias que conectam o setor aos portos”, afirma Heron.

Ele revela que o Cecafé vem mantendo diálogos com os diversos elos do comércio exterior, com o objetivo de buscar soluções que mitiguem riscos. Além do mais, minimizem os prejuízos aos exportadores e possibilitem a breve otimização da estrutura dos portos.

“A infraestrutura portuária brasileira vem apresentando sinais de esgotamento e é emergencial a ampliação de investimentos. E adoção de medidas que visem atender à demanda crescente do agronegócio nacional”, sinaliza.

Segundo Heron, os atrasos e prejuízos refletem diretamente na renda dos cafeicultores, já que o Brasil é líder global em repassar o preço FOB da exportação de café aos produtores.

Atrasos em Novembro

Conforme o Boletim Detention Zero (DTZ), elaborado pela startup ElloX Digital, 66% dos navios, ou 200 de um total de 304 porta-contêineres, tiveram atrasos ou alteração de escalas. Desse modo, ocasionando prejuízo logístico nas exportações de café em novembro do ano passado.

A princípio, o tempo mais longo de espera no mês de novembro foi de 68 dias, registrado no maior porto do Hemisfério Sul, em Santos (SP). Além disso, 46 navios sequer tiveram abertura de gate no cais santista.

Esforços e recordes

Entretanto, apesar do crítico cenário logístico portuário nacional, o Brasil bateu recorde anual de exportação de café, alcançando 46,4 milhões de sacas até novembro. Afinal, o resultado superou as 44,7 milhões de sacas de 2020.

De acordo com Heron, esse desempenho foi possível graças ao esforço das equipes de logística, que saíram em busca de alternativas para realizar os embarques. Como também da contribuição dos terminais portuários, para atender às demandas do comércio exportador de café.

“Se o Brasil tivesse condições de infraestrutura portuária adequada, poderíamos ter exportado mais café, gerando mais divisas e renda ao país. Além de evitar os prejuízos aos exportadores com o volume de 1,615 milhão de sacas que permanecem paradas nos portos”, analisa.

Porto de Santos

Segundo os dados do Boletim DTZ, o Porto de Santos, que responde por 67,6% dos embarques de café, 78% das embarcações registraram atraso ou alteração de escalas de navios. Sendo assim, 125 do total de 160 embarcações.

Ainda no mês de novembro, apenas 9% dos procedimentos de embarque tiveram prazo maior do que quatro dias de gate aberto por navios no embarcadouro santista. Além disso, outros 46% possuíram entre três e quatro dias e 44% tiveram menos de dois dias.

Rio de Janeiro

O complexo portuário do Rio de Janeiro (RJ), o segundo maior exportador de cafés do Brasil, com 28,2% de participação, 61% dos navios enfrentaram atrasos em novembro. Contudo, com maior intervalo sendo de 53 dias entre o primeiro e o último deadline. Esse percentual implica que 38 dos 62 navios destinados às remessas do produto sofreram alteração de escalas.

Aliás, também no penúltimo mês do ano passado, 13% dos procedimentos de exportação tiveram prazo superior a quatro dias de gate aberto por porta-contêineres nos portos fluminenses. Dos quais, 24% registraram entre três e quatro dias; e 63% possuíram menos de dois dias.

Investimentos futuros

Por fim, o diretor técnico do Cecafé destacou que a entidade tem mantido diálogo com autoridades públicas e privadas para encontrar soluções que minimizem os gargalos logísticos. Ele elogiou o anúncio do leilão do Tecon Santos 10 e os investimentos que serão realizados no porto, anunciados pela Autoridade Portuária de Santos. Porém, pediu celeridade aos processos de planejamento e execução.  

“Ciente dos diversos desafios técnicos e burocráticos, ainda há muito a fazer e precisamos seguir trabalhando, de forma conjunta e colaborativa. Precisamos dar celeridade aos processos de planejamento e execução, preparando o porto para ser ainda mais competitivo”, conclui Heron.



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