O tarifaço do presidente americano Donald Trump contra produtos brasileiros segue direcionando as movimentações do mercado de café. Na bolsa de Nova York, os contratos do arábica para março do ano que vem, atualmente os mais negociados, fecharam em alta de 0,70% nesta segunda-feira (17/11), para US$ 3,74 a libra-peso.
Na sexta (14), Trump assinou ordem executiva reduzindo as taxas sobre importações globais de diversos produtos. Ainda assim, o presidente manteve em 40% a tarifa para o café e outros produtos do Brasil entrarem no mercado americano”.
“O cenário [de redução de tarifas] traz algum alívio para o abastecimento nos EUA, já que a indústria americana contava com estoques até novembro antes de novas compras. Porém, caso a tarifa adicional de 40% seja mantida, é provável que a indústria ainda enfrente impactos nos próximos meses”, destacou, em boletim, o Rabobank.
Para Marcos Matos, diretor-geral do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), as sobretaxas para o grão devem penalizar o comércio do país. “Melhorou para os nossos concorrentes e piorou para o Brasil. Os nossos concorrentes que acessam o mercado americano ou já têm acordo bilateral firmado, ou só tinham 10%, e eles foram zerados. Nós ainda ficamos com 40%.”
Na avaliação do Rabobank, notícias sobre as negociações das tarifas, retorno das chuvas nas regiões produtoras brasileiras e expectativa de maior oferta global em 2026 exercem pressão de baixa para o café em Nova York.
“Ainda assim, esperamos volatilidade à frente, influenciada pelo clima no Brasil e Vietnã, incertezas geopolíticas e estoques limitados, especialmente de café físico arábica nos próximos meses”.
O açúcar demerara recuou em Nova York após novas projeções de oferta. Os contratos com entrega para março fecharam em queda de 1,07%, cotados a 14,80 centavos de dólar a libra-peso.
Hoje, a International Sugar Organization (ISO) estimou superávit global de açúcar de 1,625 milhão de toneladas para a safra 2025/2026. O número representa uma variação de 1,856 milhão de toneladas em relação ao déficit registrado em agosto.
O cacau segue acumulando perdas na bolsa de Nova York, e registrou hoje a quinta baixa consecutiva. Os lotes da amêndoa com entrega para março de 2026 recuaram 0,38%, para US$ 5.436 a tonelada.
O suco de laranja congelado e concentrado (FCOJ, na sigla em inglês) também está empilhando uma sequência de quedas em Nova York. Pela sexta vez consecutiva, os futuros registraram baixa. Os lotes para janeiro cederam 1,46%, negociados a US$ 1,5555 a libra-peso.
No mercado do algodão, por sua vez, o dia foi de oscilação tímida. Os lotes da pluma para março recuaram 0,11%, para um valor de 64,06 centavos de dólar a libra-peso.













