A declaração do presidente dos EUA, Donald Trump, de que o país irá reduzir algumas tarifas sobre importações de café mexeu com o preço do grão na bolsa de Nova York. Nesta quarta-feira (12/11), os lotes para março do ano que vem, atualmente os mais negociados, fecharam em forte queda, de 5,67%, cotados a US$ 3,7665 a libra-peso.
O presidente americano não deu detalhes de qual país será beneficiado pela redução das sobretaxas, mas o mercado já se antecipou a qualquer anúncio e acredita que o Brasil é uma dessas origens. O país é o maior produtor e exportador de café arábica do mundo, enquanto os EUA são o principal destino do café brasileiro.
“Além de Trump não dizer quais países serão beneficiados, não há qualquer indicação de data que essa possível mudança do tarifaço irá acontecer. Mesmo com esses pontos em aberto, para mais os otimistas, há mesmo esse sentimento de que o Brasil poderá voltar a exportar seu café para os americanos”, avalia Haroldo Bonfá, diretor da Pharos Consultoria.
Ainda na avaliação do especialista, os consumidores americanos estão em compasso de espera sobre o tarifaço, uma vez que a tarifa vigente, de 50% sobre as compras do café brasileiro praticamente inviabiliza o comércio entre os dois países.
Em setembro, os Estados Unidos reduziram em 52,8% as importações dos cafés do Brasil na comparação com o mesmo mês de 2024, adquirindo 332.831 sacas.
“A queda da tarifa abre um caminho enorme para as exportações do Brasil. Os produtores brasileiros têm café para embarcar, e os diferenciais mais baixos nesse momento tendem a estimular as compras do grão do Brasil”, observa Bonfá.
O cacau também registrou forte baixa nesta quarta, com a manutenção do otimismo para a safra que está sendo colhida no oeste da África. Os lotes da amêndoa com entrega para março de 2026 caíram 2,90%, para US$ 5.757 a tonelada, e seguem nas mínimas em mais de um mês na bolsa.
O suco de laranja congelado e concentrado (FCOJ, na sigla em inglês) registrou o terceiro recuo consecutivo em Nova York. Os papéis com entrega em janeiro fecharam em queda de 3,85%, negociados a US$ 1,6980 a libra-peso.
No mercado do algodão, os papéis com entrega para março do ano que vem fecharam o pregão em queda de 0,87%, negociados a 64,81 centavos de dólar a libra-peso.
Apenas o açúcar demerara se valorizou entre as “soft commodities” negociadas em Nova York. Os papéis com entrega para março subiram 1,89%, cotados a 14,52 centavos de dólar a libra-peso.












