Fórum Café e Clima destaca impactos do clima nas safras 2025 e 2026 - Café Cotação


O Fórum Café e Clima, promovido pela Cooxupé, acontece no dia 14 de agosto, às 14h, na sede da cooperativa, em Guaxupé (MG). O evento, que terá transmissão ao vivo e on-line pelo HUB do Café, reunirá especialistas para discutir os efeitos das condições meteorológicas na cafeicultura e as perspectivas para as próximas safras.

Entre os destaques do encontro está a palestra de Guilherme Vinicius Teixeira, coordenador de Geoprocessamento da Cooxupé. Primeiramente, ele apresentará uma análise detalhada das safras 2025 e 2026, sob a ótica do clima e dos impactos no sistema produtivo. Esta avaliação do especialista compreende, portanto, a área de atuação da Cooxupé: Sul de Minas, cerrado mineiro e média mogiana do estado de São Paulo.

Condições meteorológicas

Primeiramente, o clima segue como principal fator de influência no sistema produtivo das lavouras. Segundo Guilherme, mais de 80% do sucesso ou dos desafios do sistema produtivo agrícola responde conforme as condições meteorológicas. Portanto, para o café não é diferente.

Ademais, os últimos anos foram marcados por adversidades climáticas. “Nos últimos anos, o café vem sofrendo e muito com as condições meteorológicas, com impacto direto no sistema produtivo e na produtividade. Então, passamos por período de seca, geadas, altas temperaturas, volume muito alto de chuva e déficit hídrico. Ou seja, tudo isso é uma somatória que faz com que tenhamos perda de produtividade”, relata o coordenador.

Importância da informação

Por sua vez, a informação climática auxilia os produtores no manejo da lavoura. Mas, por qual motivo é importante que o cafeicultor tenha acesso a estes dados?

Para Guilherme, as informações são relevantes para a tomada de decisão na propriedade de forma assertiva. Principalmente em relação aos manejos, dentre eles nutricional e fitossanitário. Buscando, dessa forma, que a planta tenha o máximo de resistência possível para conseguir passar por períodos de condições meteorológicas adversas.

“É muito importante o produtor ter o conhecimento dessas condições meteorológicas, mas principalmente a influência que isso pode ter no sistema produtivo e o que ele (cafeicultor) pode fazer para mitigar esses danos”, alerta o coordenador.

Fórum Café e Clima

Guilherme Teixeira irá analisar as condições meteorológicas da safra 2025-2026 na área de atuação da Cooxupé (Foto: Divulgação)

Em sua palestra, Guilherme antecipa que apresentará as condições meteorológicas na safra 2025 e as projeções para a safra 2026, na área de atuação da Cooxupé.

“Apresentaremos as informações em relação à fase vegetativa do cafeeiro. Isso aconteceu em agosto de 2023 até agosto de 2024. E depois que nós entramos para a fase reprodutiva, que é agosto, setembro de 2024 até agora, colheita do café. Ou seja, quais foram as condições meteorológicas registradas nesse período e suas consequências. Dessa forma, o que essas condições influenciaram de forma positiva ou negativa no sistema produtivo”, diz.

Chuvas e seca

De acordo com Guilherme, o início da fase reprodutiva da safra 2025 contou com bom volume de chuva. Bem como temperatura próxima da média do período de crescimento dos frutos. Entretanto, em fevereiro e março, na fase de granação, houve registros de seca com temperaturas elevadas, prejudicando o peso.  

“Registramos também chuvas recorrentes e irregulares, além de baixas temperaturas durante o período de colheita. Observamos, ainda, registros de geada e chuva de granizo em algumas áreas do Sul de Minas e São Paulo. Então, tudo isso vem impactando o nosso sistema produtivo e possíveis perdas para a safra 2026”, aponta Guilherme.

Contudo, de acordo com o coordenador, tecnologias e manejo contribuem para mitigar os impactos.

“É claro que nós precisamos cada vez mais utilizar tecnologias e informações para tomadas de decisão cada vez mais assertivas. Mas, o clima é algo que não se pode controlar. Nós estamos numa indústria a céu aberto. Por isso, é importante termos seguro da lavoura”, reforça.

Irrigação

Entre as ferramentas disponíveis, ele menciona: “Há, por exemplo, o sistema de irrigação, que minimiza as condições em períodos de déficit hídrico. Por outro lado, a cada dia, o produtor tem que fortalecer mais sua planta, fazer um bom manejo do perfil do solo para que a raiz se aprofunde e busque água e nutrientes em profundidade. Nós precisamos de uma planta robusta, bem nutrida, um manejo fitossanitário adequado”, avalia o coordenador.

Isso porque, se a planta estiver mais forte, será mais resiliente ao estresse climático. Além disso, Guilherme lembra que as práticas regenerativas ganham força no campo.

“Como, por exemplo, o uso de plantas de cobertura para cobrir a entrelinha do café. Mantendo, assim, mais umidade, além da reciclagem de nutriente e de formar um ambiente onde é possível devolver matéria orgânica para o solo. Assim como o uso de bioestimulantes cada vez mais em consórcio com os insumos químicos padrões. Então, a utilização de produtos vivos, macro e microbiológicos, é cada vez mais favorável para as lavouras e ao cafeicultor”, analisa. “Também é importante destacar a renovação da lavoura, utilizando cultivares resistentes mais adaptadas às condições meteorológicas de cada região”, completa Guilherme.

Importância do Geoprocessamento

Por fim, Guilherme explica que georreferenciamento é base para decisões sustentáveis tanto para o departamento quanto para o cafeicultor.

“É o princípio de tudo. Nós precisamos muito bem conhecer a geolocalização da propriedade e dos talhões, as suas características. Quanto mais informações geolocalizadas, melhor será a tomada de decisão”, conta o palestrante.

Safra 2025 e 2026

Guilherme lembra que a colheita está caminhando para a etapa final na área de atuação da Cooxupé. Para ele, foi um ano de desafio.

“Nós estamos observando que o rendimento não foi tão bom quanto esperávamos. Então, se está tendo um gasto maior de café colhido para uma saca de café beneficiado, a produção foi penalizada por condições meteorológicas desfavoráveis. Tudo isso abordaremos com mais detalhes no Fórum”, aponta.

Em relação a 2026, segundo ele, por conta do estendimento do período chuvoso, as plantas vieram com uma boa fase vegetativa.

“É claro que algumas áreas sentiram mais a seca do que outras. Um exemplo disso é o Cerrado Mineiro, que sentiu mais temperaturas elevadas e déficit hídrico. Nesse sentido, as plantas sentiram um pouco mais. Já no Sul de Minas, algumas regiões foram atingidas por chuva de granizo, impactando a área vegetativa e reprodutiva para a safra de 2026”, finaliza Guilherme.



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