A Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) tem como foco principal do Projeto Gôndola Certificada o controle de qualidade e a rastreabilidade dos cafés comercializados no varejo. De antemão, a iniciativa visa assegurar que os consumidores tenham acesso a produtos que atendam aos mais altos padrões de qualidade e segurança. A Cooxupé, uma das maiores cooperativas de café do Brasil, apoia integralmente o projeto.

O programa atua desde a origem do café até a sua chegada às gôndolas dos supermercados. Dessa forma, garantindo que todas as etapas do processo produtivo sejam rigorosamente monitoradas. Bem como que os produtos estejam em conformidade com as normas e regulamentações vigentes.

Projeto Gôndola Certificada

Celírio Inácio, diretor-executivo da ABIC, em entrevista ao Hub do Café, destacou que o Projeto Gôndola Certificada é uma resposta direta ao crescimento da presença do “café fake”. Isto é, cafés adulterados ou irregulares no mercado. Sobretudo, sendo um instrumento de proteção ao consumidor final.

“Ao certificar e monitorar os produtos que chegam às prateleiras, o projeto protege o consumidor contra fraudes, garante segurança quanto à conformidade dos produtos, entre outros ganhos. Aliás, o projeto cria uma camada adicional de verificação para assegurar que apenas cafés puros, dentro dos padrões técnicos, estejam disponíveis nas gôndolas dos supermercados”, afirma.

A medida é mais uma etapa para atender às normas estabelecidas pela Portaria SDA 570 (MAPA), que determina o padrão oficial de classificação do café torrado. Dessa forma, considerando requisitos de identidade e qualidade, amostragem, modo de apresentação e rotulagem, nos aspectos referentes à classificação do produto.

A ideia, junto aos supermercados, é organizar as gôndolas conforme os estilos de cafés e garantir a qualidade e a pureza dos produtos. Segundo Celírio, o Projeto Gôndola Certificada terá abrangência em todo o país e está sendo realizado de forma progressiva, com foco inicial nos grandes centros e redes parceiras. Através do Programa de Qualidade do Café, da Abic, os cafés são classificados em cinco categorias: Especial, Gourmet, Superior, Tradicional e Extraforte.

Indústrias torrefadoras

O diretor-executivo da Abic explica que a indústria de torrefação tem grande importância no Brasil. O país é o maior produtor de café do mundo e também se destaca como o segundo maior consumidor do produto.

“As indústrias torrefadoras têm papel fundamental na consolidação do projeto. Elas podem aderir formalmente aos programas de certificação da Abic, manter o controle rigoroso de qualidade dos seus produtos. E promover a rastreabilidade de suas marcas. Além disso, podem colaborar com o varejo para garantir que apenas cafés certificados e auditados estejam expostos, fortalecendo a imagem do setor e a confiança do consumidor”, aponta.

Adesão ao projeto

Por fim, Celírio Inácio reforça que os supermercados podem aderir ao Projeto Gôndola Certificada firmando parceria com a Abic. Contudo, permitindo auditorias técnicas periódicas e priorizando em suas prateleiras os cafés certificados. Além disso, podem promover ações educativas com o consumidor, destacando os produtos com selo de qualidade e orientando a escolha consciente.

“Essa adesão demonstra compromisso com a transparência, a segurança alimentar e o respeito ao consumidor brasileiro”, finaliza.