Uma simples mudança na forma de despejar a água pode intensificar o sabor do café filtrado, que é tão popular no Brasil. Com o aumento do preço dos grãos moídos no país e no mundo, inclusive, evitar o desperdício pode ajudar o consumidor a economizar.
De antemão, físicos pesquisaram como obter uma bebida forte com a menor quantidade de café possível com um filtro manual. Também conhecido como coador entre os brasileiros. O principal conselho dos especialistas, desde já, é verter a água de uma altura considerável e de forma contínua sobre o pó de café. A informação é do G1.
Sabor do café
Embora nunca tenha saído de moda no Brasil, o café filtrado tem ganhado popularidade no exterior. Neste método, afinal, a água quente é despejada lenta e circularmente sobre o pó moído, que repousa sobre um coador de cerâmica ou plástico, coberto com um filtro de papel.
Os bules conhecidos como “pescoço de ganso”, que tem o bico em formato curvado, permitem o despejo preciso de uma altura considerável. Melhorando, assim, a extração do sabor.
Conforme explicam os pesquisadores, este é instrumento ideal para verter a água. Isso porque permite atingir a altura e a vazão necessárias. Antes de mais nada, os cientistas publicaram os resultados do estudo na revista científica Physics of Fluids.
Explicação
Entretanto, os estudiosos argumentam que um jato de água forte e concentrado, ao invés de lento e circular, cria uma espécie de “avalanche” no café moído. Ou seja: o pó deslocado circula enquanto a água flui mais profundamente no leito da bebida. Isso resulta em uma mistura mais intensa de água e pó e, portanto, em um cafezinho mais forte.
“Se o jato for fino, ele tende a se desfazer em gotículas. É isso que você quer evitar em derramamentos, porque o jato não consegue misturar o café de forma eficaz”, explicou a coautora Margot Young. Ela é da Universidade da Pensilvânia.
Além do café moído, a equipe usou partículas transparentes iluminadas por laser em um funil de vidro. Isto é, para rastrear e analisar a dinâmica da mistura.
Geralmente, é possível aprender muito de física e química na cozinha, explicou o coautor Arnold Mathijssen, da Universidade da Pensilvânia. “Isso leva a novas descobertas científicas onde menos se espera”, resumiu.