Para analista, cotações foram apoiadas principalmente por questões técnicas O preço do cacau registrou forte alta na bolsa de Nova York, em um movimento considerado exagerado, já que os fundamentos não se alteraram. Os lotes para julho avançaram expressivos 9,47% nesta terça-feira (13/5), negociados a US$ 9.951 a tonelada.
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De acordo com Rafael Machado Borges, analista de inteligência de mercado da StoneX, fatores como a queda nas entregas de cacau nos portos da Costa do Marfim, e ainda o acordo EUA-China podem justificar a valorização do produto, mas não nos patamares registrados no pregão de hoje.
“Não há nada que justifique uma alta tão agressiva, por isso acho que ela tem mais relação com a dinâmica do mercado futuro. As negociações do cacau em Nova York perderam muita liquidez nos últimos anos. Assim, o preço fica muito mais suscetível a fortes oscilações”, explica o analista.
No curto prazo, Borges destaca que os investidores ficarão atentos às informações da colheita da safra intermediária na Costa do Marfim, que vai até setembro.
Mas, olhando para os contratos mais distantes em Nova York, o analista da StoneX observa que há uma percepção de queda para os futuros do cacau.
“Temos uma previsão de superávit de 96 mil toneladas [safra 2024/25], que pode ser alcançado por uma redução na demanda. Isso gera pressão de baixa no longo prazo, com o mercado enxergando menor aperto na oferta. No curto prazo, no entanto, ainda podemos ver preços mais firmes, pois muita coisa ainda pode acontecer com a safra intermediária”, finaliza Borges.
Café
Após uma baixa de quase 4% na véspera, o preço do café subiu na bolsa de Nova York voltando a olhar para os fundamentos. Os contratos para julho avançaram 0,91%, negociados a US$ 3,7635 a libra-peso.
As exportações brasileiras de café em abril caíram 27,7% em relação ao mesmo mês do ano passado, para 3,09 milhões de sacas de 60 kg, segundo dados do Cecafé. O Brasil é o principal exportador de arábica do mundo, e as notícias sobre a safra do país tendem a influenciar o mercado.
De acordo com o presidente do Cecafé, Márcio Ferreira, em meio a preços historicamente elevados, as cotações devem mudar de sentido a partir de agosto.
“Seguiremos com um ano apertado, porém com uma safra não tão distante da anterior”, diz Ferreira. Para ele, os preços devem começar a cair no segundo semestre diante de uma safra recorde no conilon.
Açúcar
Também impactados por dados de produção no Brasil, o preço do açúcar avançou na bolsa de Nova York. Os contratos para julho fecharam em alta de 2,94%, a 18,22 centavos de dólar libra-peso.
A produção de açúcar na segunda quinzena de abril totalizou 856,16 mil toneladas nas usinas do Centro-Sul, queda de 53,79% na comparação com a quantidade registrada em igual período na safra 2024/25. No acumulado desde o início da temporada até 1º de maio, a fabricação do adoçante totalizou 1,58 milhão de toneladas, queda de 38,62%.
Suco de laranja
O suco de laranja concentrado e congelado (FCOJ, na sigla em inglês) fechou em forte alta. Os papéis para julho avançaram 4,28%, para US$ 2,4020 a libra-peso.
Algodão
O algodão, por sua vez, fechou em leve baixa na sessão. Os papéis com vencimento em julho recuaram 0,53%, precificados a 66,28 centavos de dólar a libra-peso.
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