A israelense Haifa, líder global na produção de nitrato de potássio e de soluções de nutrição de precisão, com faturamento anual de R$ 1 bilhão, inaugurou nesta quinta-feira (30/1) em Uberlândia (MG) sua primeira misturadora de fertilizantes especiais na América Latina.
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Com área de 20 mil metros quadrados, a unidade automatizada inicia a operação com capacidade de produzir 6 mil toneladas de fertilizantes por ano. Em até cinco anos, planeja expandir essa capacidade para 20 mil toneladas e futuramente quer chegar em 30 mil toneladas.
A Haifa opera no Brasil há 20 anos, atendendo outras empresas, e há cerca de dez anos iniciou a instalação de escritórios comerciais no país que atendem todas as regiões produtoras.
O israelense Motti Levin, CEO da Haifa, não divulgou qual foi o investimento na fábrica, nem o faturamento no Brasil. Segundo ele, trata-se de uma empresa privada com 18 subsidiárias que atua em 100 mercados no mundo e não divulga seus números.
“Mas quando a gente acredita que um mercado tem potencial, nós investimos pesado. A unidade de Uberlândia terá um papel muito importante na expansão da empresa no Brasil. Hoje, o Brasil está entre os dez maiores mercados da Haifa. Com a expansão o objetivo é colocar o Brasil no top five.”
Para dar uma ideia da dimensão dos investimentos do grupo, o executivo citou que a Haifa está investindo US$ 700 milhões na expansão de uma fábrica em Israel para a produção de amônia.
O executivo ressaltou que o negócio da Haifa é atuar exclusivamente no mercado de fertilizantes especiais. No Brasil, esse setor teve crescimento médio de 21% na última década, segundo a Associação Brasileira de Tecnologia em Nutrição Vegetal (Abisolo).
A decisão de escolher Uberlândia, segundo o CEO, foi estratégica, visando aproveitar a logística e encurtar caminhos para atender os principais mercados da empresa no país, que ficam nas regiões Sudeste, Sul e na Bahia, mas a empresa já prospecta outros lugares para investir no país.
A unidade vai importar cerca de 60% da matéria-prima da França e usar 40% do Brasil na produção de seus blends, e vai produzir apenas a linha de fertilizantes de liberação controlada — voltada para culturas como frutas, vegetais, café e até milho.
Os grãos do fertilizante são envolvidos em um polímero desenvolvido pela Haifa, o que torna possível determinar o tempo exato em que os nutrientes devem ser liberados para a planta no prazo de um mês até um ano. A engenheira agrônoma Giuliana Feldman, diretora-executiva da Haifa na América do Sul, disse que a unidade brasileira não vai diminuir a necessidade de importação de fertilizantes do Brasil.
“Queremos garantir que essa necessidade de importação não cresça tanto verticalmente e ajude o produtor a encontrar as soluções mais inteligentes”, disse.
Em sua estimativa, com o uso dos fertilizantes especiais da Haifa, o produtor pode economizar pelo menos 30% dos gastos com fertilizantes.
A Haifa, fundada há 60 anos, desenvolveu a técnica para transformar o nitrato de potássio de laboratório em um fertilizante para uso na agricultura, e tem no seu portfólio hoje mais de 500 produtos. Além de Israel, tem fábricas no Canadá e França. A empresa é cocriadora da técnica de fertirrigação, junto com a também israelense Netafim.
*A jornalista viajou a convite da Haifa
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