Grupo financeiro, que chegou a responder por 72% das ofertas desses fundos, fará seu primeiro lançamento em dois anos A XP está preparando para agosto o lançamento de um novo fundo de investimento no agronegócio (Fiagro), o primeiro após quase dois anos sem a instituição realizar nenhuma oferta em sua plataforma. Segundo Pedro Freitas, sócio e líder de agro de investment banking da XP, esse é o momento para aproveitar a abertura de uma nova janela de captações no mercado brasileiro.
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Em entrevista que concedeu ao Valor durante o Global Agribusiness Festival (GAFFFF), em São Paulo, na semana passada, o executivo afirmou que deve se abrir uma nova janela de lançamentos de Fiagros no segundo semestre. Ele estima que o potencial de oferta será de R$ 5 bilhões a R$ 6 bilhões.
Freitas não revelou o montante da oferta que o banco está preparando, mas indicou que o fundo deve ser voltado a instrumentos de dívida, dada a demanda por alternativas de financiamento no agronegócio. “Principalmente dada a atual taxa de juros”, observou.
O banco de investimento foi o maior emissor de Fiagros dessa indústria, tendo alcançado 72% de participação nas ofertas há cerca de dois anos. “Agora, queremos voltar. Entendemos que o momento é oportuno”, disse.
Emissões em 2024
Entre janeiro e março deste ano, ocorreram 11 lançamentos de Fiagros com registro na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), segundo os dados mais recentes da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima); essas ofertas totalizaram R$ 1,5 bilhão. Em todo o ano de 2024, houve 60 emissões de Fiagros, com ofertas que somaram R$ 4,8 bilhões.
De acordo com o levantamento mais recente da consultoria Quantum Finance, em maio, havia 36 Fiagros com cotas em negociação no mercado. Além desses, havia também quatro fundos em situação pré-operacional.
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Segundo Freitas, o que deve abrir uma nova janela de ofertas neste ano é a recuperação da cadeia de grãos. Os produtores rurais viveram dois anos de compressão de margens, o que afetou o segmento e outros elos da cadeia, como o de insumos.
“Teve um processo de aprendizado do agro e dos subsetores”, avaliou. Apesar dos problemas que afetaram a cadeia de grãos, ele ressaltou que outros segmentos continuaram com boas margens, como o de proteínas e o sucroalcooleiro, além de café e citros.
As lições dos últimos anos, em sua visão, também serviram para “filtrar” os melhores integrantes da cadeia. “É visível a diferença entre quem teve boa performance e quem foi mal”, disse.
Adaptações em fundos
Para retornar ao mercado, a XP decidiu fazer adaptações em sua estratégia. A principal delas é uma mudança na estrutura de capital dos fundos que contemple cotas sênior, com menor remuneração e menor risco, e cotas subordinadas. Além disso, comenta Freitas, as novas emissões virão com um “alinhamento maior do gestor”.
O executivo espera que, quando as taxas de juros começarem a cair no país, surjam oportunidades para lançamentos de Fiagros de outros perfis, voltados a investimentos em participações de empresas ou em terras.
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A redução das taxas de juros também deve ser a senha para a abertura de uma janela de emissões de ações no mercado, período para o qual ele estima que “certamente” haverá empresas do agro candidatadas para realizar ofertas públicas iniciais de ações (IPOs, na sigla em inglês).
“Muitas empresas do setor já tinham se estruturado para fazer IPOs na última janela, em 2021, que acabou fechando. De lá para cá, mais empresas se estruturaram”, observou Freitas.
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