No Dia Mundial das Abelhas, celebrado em 20 de maio, conheça mais sobre os animais que são fundamentais para a manutenção da biodiversidade Muito mais do que responsáveis pela produção de mel, as abelhas são fundamentais para a manutenção da biodiversidade. Os insetos voadores lideram o processo de polinização nos principais ecossistemas ao coletar néctar e pólen das flores para se alimentarem e, como consequência, contribuir para a produção de mais plantas.
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A importância é tamanha que a Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu o Dia Mundial das Abelhas em 20 de maio para alertar a população sobre o número cada vez menor de abelhas no mundo.
Ao celebrar a data em 2024, a ONU destacou que o “impacto humano acelera a ameaça de extinção de animais que transportam o pólen entre as flores numa taxa entre 100 e 1 mil vezes acima do normal”.
Você sabe quanto tempo vive e o que come uma abelha? Confira essas e outras respostas abaixo:
1 – A abelha só produz mel?
Não! Elas são responsáveis por outros produtos que também movimentam as indústrias alimentícia, farmacêutica e cosmética. Além do mel, líquido doce e viscoso, fabricam própolis, pólen, geleia real, cera e apitoxina. Entenda a definição de cada um:
Própolis: usado pelo ser humano para reforçar a imunidade, o produto é uma resina coletada em diferentes origens botânicas;
Pólen: a mistura do pólen das flores com o néctar ou o mel da colmeia também pode ser consumido pelo ser humano pelo valor nutricional, principalmente, a proteína;
Geleia real: alimento preparado pelas abelhas-operárias e consumido apenas pela rainha, a substância gelatinosa é a mistura de mel e pólen. Entre os benefícios à saúde está a ligação com a fertilidade, aponta a nutricionista Bettina Moritz. “Apesar de não existirem estudos em humanos, na minha prática clínica observo que a geleia real pode acelerar o crescimento dos folículos, o que é positivo no tratamento do envelhecimento ovariano”.
Cera: o produto usado na produção dos favos se transforma em ingrediente para hidratante, sabonetes, pomadas, cremes e velas aromáticas.
Apitoxina: conhecido como o veneno da abelha, ele é utilizado na indústria farmacêutica e, conforme a Associação Brasileira de Estudos das Abelhas (A.B.E.L.H.A), tem entre os componentes a melitina, proteína de elevada ação anti-inflamatória.
2 – Quais os tipos de abelha?
Existem várias espécies de abelhas no Brasil e que são divididas em dois grupos: com ferrão e sem ferrão. A produção de mel por meio da apicultura utiliza o primeiro grupo, enquanto a meliponicultura, técnica alternativa à tradicional, usa insetos sem ferrão, explica o apicultor Armando Rodrigues Cabelera Neto.
“Por aqui, a abelha apis mellifera, conhecida como africanizada, é híbrida e a espécie mais comum, produzindo a maior parte do mel consumido e comercializado. Ela foi trazida da África e cruzou com abelhas europeias”.
3 – Os mecanismos de defesa da abelha
Além do ferrão, a abelha também possui veneno (apitoxina) para se defender e proteger a colmeia. “Elas não são ofensivas, mas defensivas, e usam o ferrão para espantar invasores quando a caixa tem bastante mel e muitas crias”, afirma o especialista ouvido pela Globo Rural.
Uma curiosidade sobre os mecanismos de proteção é que ao soltar o ferrão, a abelha morre em minutos porque, junto com a estrutura, perde a bolsa onde estava armazenado o veneno e parte do intestino.
4 – A divisão na colmeia
O local escolhido para a moradia destes insetos voadores é bem estruturado e separado em três castas:
Abelha-rainha: por ser a única fértil da colmeia, é a responsável pela postura, ou seja, tem a função de botar ovos e pode copular com até 20 zangões no voo nupcial;
Abelha-operária: como o nome sugere, é quem trabalha dentro da colmeia e fica liberada para deixar o local para procurar alimentos, como pólen e néctar, 21 dias após o nascimento;
Zangão: o macho da colmeia não trabalha e tem uma única tarefa: fecundar a abelha-rainha.
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5 – Qual o tempo de vida de uma abelha?
Dentro da casta, a rainha é quem vive por mais tempo e pode alcançar a idade de cinco anos, enquanto a operária, única que trabalha na colmeia, não passa dos 45 dias. Já o zangão, responsável apenas pela fecundação, chega a 86 dias, em média. Caso a abelha resolva usar o ferrão para se defender durante a vida, irá morrer em poucos minutos.
6 – O que as abelhas comem?
Na casta das abelhas, uma das diferenças é a alimentação. Isso porque, enquanto a operária e o zangão comem mel e pólen, a rainha consome apenas a geleia real produzida pelas abelhas mais novas. Em época de escassez na natureza, costumam procurar outras opções, como fubá, ração de animais, café e também frutas.
7 – Como as abelhas enxergam?
Diferente de outros insetos, as abelhas possuem cinco olhos e a capacidade de ver até raios ultravioletas. Dois olhos são considerados verdadeiros e os demais, localizados em cima do crânio, auxiliam na visão dentro da colmeia e no nectário das flores quando fazem a coleta.
8 – Como as abelhas se defendem?
Enquanto a maioria das abelhas utilizam o ferrão como mecanismo de defesa, as abelhas da meliponicultura, ou seja, sem ferrão, mordem as presas ao se sentirem ameaçadas. “Normalmente, elas usam o aparelho bucal, mas existem algumas com feromônios químicos que soltam um cheiro específico para se protegerem”, diz o apicultor.
9 – Como as abelhas se comunicam dentro da colmeia?
A forma de comunicação entre as abelhas com ferrão e sem ferrão se difere no universo desses insetos voadores, explica Gabriel Benoski, meliponicultor e fundador do projeto Abelhando Mundo Afora. Segundo ele, a principal estratégia do primeiro grupo é a dança feita com base na posição do sol.
“Elas vão dançando e balançando o abdômen para informar a distância da fonte de recurso e a localização. Normalmente, um grupo de abelhas chamado de batedoras sai no início da manhã da colmeia com a responsabilidade de fiscalizar as fontes de recursos. E, quando retornam, contam às demais a direção e a distância por meio da dança”.
No caso das abelhas sem ferrão, a comunicação para direcionar a coleta é feita pelo cheiro dos feromônios, substâncias voláteis, odoríferas e químicas.
“As batedoras, que também saem cedo dessa colônia, vão deixando marcações de cheiro em posições estratégias para que as demais consigam encontrar o alimento depois”.
10 – Qual espécie de abelha não produz mel?
As abelhas solitárias não produzem mel. Conforme Benoski, a produção é apenas para suprir a alimentação delas e das crias. “Como não constroem colônias, não precisam guardar esse alimento, condição que acontece apenas com as abelhas que vivem em colônias e necessitam de um estoque para sobreviverem no inverno”.
Mesmo sem a produção de mel, as solitárias também são muito importantes para a preservação do meio ambiente e da agricultura, porque fazem a polinização.
11 – Todas as abelhas são amarelas e pretas?
Diferente do que muitos pensam e observam em desenhos animados, artes e filmes, nem todas possuem essa coloração. A característica é encontrada em abelhas do gênero Apis e representa uma pequena porcentagem no mundo.
“Por serem as mais criadas e também aquelas que produzem a maior quantidade de mel, é comum as pessoas acharem que todas têm o abdômen listrado em amarelo e preto, mas não é verdade. Existem milhares de espécies de abelhas e que podem ser multicoloridas”, finaliza o meliponicultor.



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