Na avaliação do Departamento de Geoprocessamento da Cooxupé, as temperaturas permaneceram próximas da média histórica durante o mês de setembro, nas regiões de atuação da cooperativa cafeeira.
Diversos municípios monitorados apresentaram variações ligeiramente acima ou abaixo dessa média, com destaque para Alpinópolis (2,1 °C), Patrocínio (1,9 °C) e São Pedro da União (1,3 °C), que ficaram acima do esperado.
Guaxupé, onde está localizada a matriz da Cooxupé, registrou a maior temperatura do mês: 31,2 °C. Já Cabo Verde apresentou a menor, com 6,9 °C. Em todos os pontos observados, as temperaturas mínimas ficaram abaixo de 14,2 °C.
Alerta sobre amplitude térmica
Segundo o Geoprocessamento, um fator de atenção é a alta amplitude térmica, diferença significativa entre as temperaturas máxima e mínima. Essa oscilação pode impactar o metabolismo das plantas, elevando o consumo de energia, reduzindo os carboidratos e interferindo nos processos de divisão e diferenciação celular.
Além disso, tais condições podem comprometer não apenas a safra atual, como também o desenvolvimento da produção de 2027.
Chuvas
Durante o mês, as chuvas ocorreram de forma irregular e mal distribuída. Diversas cidades do Sul de Minas e do estado de São Paulo tiveram volumes abaixo da média histórica. Em contrapartida, municípios do Cerrado Mineiro apresentaram acumulados superiores ao esperado, situação oposta à observada em agosto.
O maior índice foi registrado em Serra do Salitre, no Cerrado de Minas. Já o menor volume de precipitação foi observado em Alpinópolis, com apenas 9 mm.
As precipitações se concentraram principalmente no 2º e 3º decêndios do mês, com intensidade maior no final de setembro. Como resultado das chuvas de agosto e setembro, o departamento observou diversas floradas nas áreas monitoradas pela cooperativa.
A recomendação aos cooperados é de monitoramento constante das lavouras, além da pulverização pré e pós-florada, com o objetivo de proteger os botões florais contra fungos e bactérias, garantindo a sanidade das plantas e o vigor necessário para a fase produtiva.
Déficit hídrico
Apesar da ocorrência de chuvas, o setor técnico aponta que não houve excedente hídrico. Pelo contrário, todos os municípios assistidos apresentaram déficit ao longo dos três decêndios do mês, um indicativo de que as plantas passaram por estresse hídrico, com maior gasto de energia, o que pode afetar o desenvolvimento de botões florais, frutos e ramos vegetativos. Todos os municípios monitorados pela Cooxupé tiveram déficit superior a 8,1 mm. Alpinópolis registrou o maior valor: 76,2 mm.
A combinação entre déficit, baixa regularidade das chuvas e sua má distribuição resultou em redução na capacidade de armazenamento de água no solo.
Todos os municípios analisados permaneceram com níveis abaixo de 26,9% da capacidade hídrica do solo, e também abaixo da média histórica do mês — com exceção de Manhuaçu (63,7%) e Serra do Salitre (73,5%).
Desenvolvimento das lavouras
As lavouras encontram-se em fase de desenvolvimento vegetativo e reprodutivo, exigindo alta demanda de água, nutrientes e controle fitossanitário. Fatores como veranicos, altas temperaturas, desequilíbrio na fertilidade do solo, e ataque de pragas e doenças podem comprometer o desenvolvimento dos frutos e a evolução da fase vegetativa.
Após a abertura das flores, inicia-se uma fase de intensa divisão e diferenciação celular, quando a planta necessita de alta concentração de carboidratos para gerar energia.
Com o início do período chuvoso, além do monitoramento de pragas e doenças e dos tratos culturais, é fundamental adotar práticas conservacionistas de solo. Essas ações ajudam a conter enxurradas, reduzem perdas por erosão hídrica e favorecem a infiltração de água no perfil do solo.
Outra recomendação é o plantio de espécies de cobertura, que colaboram para a infiltração hídrica, reciclagem de nutrientes e fornecimento de matéria orgânica.
Todos os dados climáticos, incluindo as temperaturas, estão disponíveis neste site da Cooxupé.
