No primeiro trimestre de 2025, o agronegócio do estado de São Paulo manteve um desempenho expressivo no comércio exterior. Alcançando, dessa forma, um superávit de US$ 4,90 bilhões. Embora o valor represente uma redução de 19,9% em relação ao mesmo período do ano anterior, o resultado reafirma a relevância do setor para a economia estadual.
De antemão, o saldo positivo decorre de exportações que somaram US$ 6,40 bilhões — ainda que 14,6% inferiores ao registrado em 2024. E de importações que totalizaram US$ 1,50 bilhão, com crescimento de 9,5% na comparação interanual.
“Esse resultado mostra que temos uma base produtiva forte, inovadora e diversificada. Capaz, assim, de sustentar bons resultados mesmo diante de oscilações pontuais de mercado”, afirma Guilherme Piai. Ele é secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
São Paulo
Acima de tudo, a análise foi elaborada pelo coordenador da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), Carlos Nabil Ghobril. E ainda pelos pesquisadores José Alberto Ângelo e Marli Dias Mascarenhas Oliveira, do Instituto de Economia Agrícola (IEA-Apta), vinculado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo.
O estudo mostra, aliás, que a participação das exportações do agronegócio paulista no total exportado pelo estado no primeiro trimestre de 2025 foi de 41,7%. Enquanto as importações do setor corresponderam a 6,8% do total estadual.
Exportações
Em primeiro lugar, os cinco principais grupos de produtos exportados foram:
1. Complexo sucroalcooleiro: Responsável por 25,8% do total exportado pelo agro paulista, US$ 1,654 bilhão. Sendo que o açúcar representou 88,7% e o etanol, 11,3%.
2. Setor de carnes: Equivalente a 13,9% das vendas externas do setor, totalizando US$ 887,91 milhões. Isso com a carne bovina respondendo por 82,5%.
3. Grupo de sucos: Desde já, responde por 13,5% de participação, somando US$ 863,07 milhões, dos quais 98,2% correspondem ao suco de laranja.
4. Produtos florestais: Representam 11,9% do volume exportado, com US$ 758,98 milhões. Ou seja, com a celulose representando 55,1% e o papel 35,5%.
5. Complexo soja: Por fim, participa com 7,9% do total exportado, registrando US$ 507,27 milhões. Sendo 81,7% soja em grãos.
Café
Esses cinco grupos representaram, em conjunto, 73% das exportações do agronegócio paulista. Por outro lado, o café aparece na sexta posição, com 7,3% de participação na pauta de exportações. Isso com US$ 465,75 milhões, sendo 73,4% café verde e 23,1% de café solúvel.
Mesmo assim, vale destacar que, no período observado, as variações de valores apontaram aumentos das vendas para os grupos de café (+67,2%), sucos (+37,5%), carnes (+25,0%) e florestais (+6,0%). E, entretanto, quedas nos grupos de complexo sucroalcooleiro (-50,5%) e complexo soja (-17,9%).
Principais destinos
- China: Representa 19,3% de participação, adquirindo principalmente produtos do complexo soja (29%), carnes (28%) e florestais (23%);
- União Europeia: Tem 16,4% de participação, sendo os principais itens sucos (37%), café (17%) e produtos florestais e vegetais (11%, cada);
- Estados Unidos: Somam 15,9% de participação, comprando sucos (40%), carnes (15%), produtos de origem animal (9,5%), florestais (8,8%) e café (8,6%).
Destaca-se, ainda, que em comparação ao mesmo período do ano anterior, São Paulo registrou 12,6% de retração nas vendas para a China. Mas, em contrapartida, houve aumento expressivo de 34,4% nas exportações para a União Europeia e de 27,7% para os Estados Unidos.
Participação paulista no agro nacional
No cenário nacional, portanto, o agronegócio paulista manteve posição de destaque. Respondendo, nesse sentido, por 16,9% das exportações do setor no Brasil.
São Paulo lidera o ranking nacional, seguido por Mato Grosso (15,7%) e Minas Gerais (11,9%). Sendo este último com forte desempenho nas exportações de café.
Desempenho do agronegócio brasileiro
O agronegócio brasileiro, por sua vez, apresentou crescimento nas exportações, que atingiram US$ 37,83 bilhões no primeiro trimestre de 2025. Isto é, aumento de 2,1% em relação ao mesmo período do ano anterior. Já as importações somaram US$ 5,18 bilhões, com alta de 11,9%.
Com esses resultados, o saldo da balança comercial do setor alcançou superávit de US$ 32,65 bilhões. Em conclusão, um crescimento de 0,7% em relação ao primeiro trimestre de 2024. Em síntese, o desempenho do agronegócio segue sendo fundamental para conter o déficit comercial gerado pelos demais setores da economia brasileira.