Arábica deve recuar 11% em relação ao ano anterior, enquanto o conilon/robusta deve avançar 20% A produção brasileira de café no ciclo 2025/26 deve chegar a 65,51 milhões de sacas de 60 quilos, queda de 1% em relação à safra passada. A projeção foi divulgada nesta sexta-feira (9/5) pela Safras & Mercado, que revisou para cima a produção, que previa 62,45 milhões de sacas.
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De acordo com a consultoria, há trajetórias bem distintas nas safras de arábica e de conilon. O arábica deve recuar 11% em relação ao ano anterior, enquanto o conilon/robusta deve registrar avanço de 20%. O consultor de Safras & Mercado, Gil Barabach, salienta que esses movimentos já se refletem no comportamento das curvas de preços, com o arábica valorizando-se em relação ao canéfora.
“Houve uma melhora na perspectiva da safra de café do Brasil desde o final de dezembro, quando foi feita a última atualização. Naquele momento, a análise estava fortemente influenciada pelo pessimismo causado pela baixa fixação das floradas de arábica. A queda das flores e dos chumbinhos impactou significativamente as estimativas de produção”, comentou Barabach, em nota.
Ele coloca que, no início de 2025, com os frutos já se formando nos pés, a perspectiva de safra melhorou, e os produtores passaram a demonstrar maior otimismo quanto ao resultado produtivo.
No entanto, a redução das chuvas entre o final de fevereiro e boa parte de março, bem como os potenciais impactos na formação dos grãos (granação), voltaram a gerar dúvidas quanto à produtividade.
“Agora, com o início dos trabalhos de colheita, prevalece a expectativa de uma produção ligeiramente superior à indicada pelos primeiros sinais observados no período pós-florada”, avaliou Barabach.
Quebra na produção
Apesar da melhora, o cenário ainda é de quebra na safra de arábica, embora com recuo menor. Safras & Mercado revisou o número para o arábica, agora estimado em 40,46 milhões de sacas.
Embora superior aos pouco mais de 38 milhões projetados anteriormente, o volume ainda é bem inferior ao colhido no ano passado, quando a safra de arábica superou os 45 milhões de sacas. A correção mais expressiva ocorreu no Sul de Minas.
“Em termos comparativos, trata-se da menor produção desde a temporada 2022/23, que foi duramente impactada pela geada ocorrida no Brasil em 2021. As últimas safras de arábica no país estão abaixo do potencial produtivo, o que tem contribuído para o déficit na oferta global de café”, analisa Barabach.
Otimismo na safra de robusta
No caso do canéfora (conilon/robusta), também houve uma revisão para cima na estimativa de safra, reforçando uma perspectiva já bem mais otimista. Para Barabach, a renovação do parque cafeeiro, os fortes investimentos estimulados pelos preços elevados e o clima favorável sustentam o avanço da produção.
A projeção atualizada indica uma safra brasileira de conilon/robusta de pouco mais de 25 milhões de sacas um ajuste em relação à estimativa inicial de 24 milhões, e um avanço expressivo frente ao mesmo período do ano passado, quando a produção ficou levemente abaixo de 21 milhões de sacas, devido às perdas causadas pela escassez de chuvas e pelas altas temperaturas durante as floradas e a granação.
O consultor de Safras diz que essa impressão ainda precisa ser validada com o avanço dos trabalhos de colheita e beneficiamento. Indica que há incerteza quanto ao efeito do último bolsão de calor sobre a granação, ocorrido entre fevereiro e março, cujos impactos só devem se tornar mais evidentes na fase final do beneficiamento.
“Além disso, persistem dúvidas sobre os efeitos da longa estiagem associada a temperaturas muito acima da média, que afetaram as lavouras de café especialmente nas regiões de São Paulo Sul e Cerrado Mineiro com destaque para o impacto das temperaturas excessivamente elevadas. O andamento da colheita deverá trazer respostas mais claras sobre esses pontos”, concluiu.
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