Especulação do mercado financeiro sobre oferta segue impulsionando cotações Não há limites de alta para as cotações do café na bolsa de Nova York, que renovaram na sessão desta quinta-feira (6/2) o décimo recorde consecutivo de preço. Os lotes para março subiram 1,56%, para um valor inédito de US$ 4,0395 a libra-peso.
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Além da expectativa de déficit na produção do Brasil, o maior produtor e exportador mundial de arábica, há outros elementos que favorecem a trajetória de altas do café na bolsa americana, segundo Lúcio Dias, consultor de mercado.
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“O café sofre um impacto muito forte do mercado financeiro. Se grande parte dos participantes está apostando na tendência de alta, outros agentes são motivados a entrarem comprados [apostar na alta], pois quem está posicionado dessa forma está ganhando dinheiro, o que ajuda a manter os preços nesses níveis”, avalia.
Para o consultor, é difícil dizer se os contratos futuros atingiram um teto na bolsa. No entanto, o patamar elevado nos valores causa uma disfunção que pode levar à realização de lucros de maneira natural.
“O mercado está com baixa liquidez neste momento. O produtor não quer entrar nas negociações e as indústrias não encontram matéria-prima. Quem está comprado, uma hora percebe que não tem como o preço subir mais, e aí será a oportunidade de realização. Não sei dizer se isso está próximo de acontecer, mas é preciso que o mercado siga seu caminho natural. Nenhum pregão funciona só com altas”, diz.
Cacau
O cacau emendou uma sequência de três quedas consecutivas na bolsa de Nova York, com grandes empresas do setor de chocolates relatando como a alta da matéria-prima vem afetando a demanda. Os contratos do cacau para maio fecharam em baixa de 3,99%, para US$ 10.094 a tonelada.
Ontem, a Mondelez, uma das principais produtoras de chocolate do mundo, projetou queda de 10% no seu lucro ajustado, e afirmou ainda que já vê sinais de queda na demanda por seus produtos, principalmente na América do Norte.
Em outra grande indústria de chocolates, a Hershey, a empresa está buscando itens que possam substituir o cacau na composição dos produtos. Segundo a CEO da Hershey, Michele Buck, outras companhias também estão adotando a mesma estratégia. Esse movimento estaria beneficiando um recuo na demanda e reduzindo a pressão de alta nas cotações, segundo ela.
Suco de laranja
Os contratos do suco de laranja concentrado e congelado (FCOJ, na sigla em inglês) para março fecharam em queda de 1,27%, cotados a US$ 4,3770 a libra-peso.
Açúcar
Nos negócios do açúcar em Nova York, o papel para março terminou a sessão em queda 0,96%, com o valor de 19,57 centavos de dólar por libra-peso.
Algodão
O preço do algodão encerrou o pregão em Nova York praticamente estável. Os lotes com entrega em março recuaram apenas 0,02%, cotados a 66,03 centavos de dólar a libra-peso.
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