As elevadas temperaturas e a escassez de chuvas estão impactando severamente as lavouras de café no Brasil. Intensificando, assim, as preocupações de produtores e especialistas. Primeiramente, a onda de calor extrema compromete a fotossíntese, prejudica a formação dos grãos e aumenta a incidência de frutos chochos e malformados. Elevando, dessa forma, os riscos para a safra de 2025.
Onda de calor
Segundo Marcelo Jordão, engenheiro agrônomo e pesquisador da Fundação Procafé, temperaturas excessivas podem causar necrose do tecido foliar. E, ainda, a queima das folhas.
“O calor intenso reduz a capacidade da planta de captar e usar a luz solar para produzir energia. Impactando não apenas seu crescimento, mas também a formação dos grãos. A exposição prolongada ao calor extremo compromete a estrutura das folhas e reduz sua eficiência fotossintética”, explica Jordão.
Estiagem

Além disso, a estiagem agrava mais o quadro, provocando estresse hídrico e prejudicando o enchimento dos grãos. O impacto é mais severo em lavouras com floradas tardias, comuns neste ano devido ao atraso das chuvas. Ou seja, como os grãos ainda contêm alto teor de água nessa fase, tornam-se mais vulneráveis à desidratação. Aumentando, nesse sentido, o risco de deformações e comprometendo a produtividade e a qualidade do café.
Por outro lado, as lavouras com floradas precoces – estimuladas por chuvas antecipadas ou irrigação – apresentam um cenário um pouco mais favorável. Isso porque os grãos já estão em estágio avançado de granação, reduzindo os danos térmicos.
Mitigar impactos
Para reduzir as perdas, pois, especialistas recomendam uma abordagem integrada de manejo.
“A adoção de práticas resilientes é essencial para garantir a sustentabilidade do setor. O uso de protetores solares validados pela pesquisa, plantas bem nutridas – com equilíbrio adequado de cálcio, magnésio, potássio, manganês e nitrogênio – e uma irrigação eficiente são fatores que auxiliam na regulação térmica e reduzem os impactos do estresse térmico”, destaca Jordão.
Diante desse cenário desafiador, sobretudo, produtores precisam monitorar suas lavouras de perto e implementar estratégias de manejo adaptativas para minimizar os impactos climáticos. Protegendo, por fim, a produtividade e a qualidade do café brasileiro.