Principal causa da crise foram dívidas com contratos de câmbio para comprar café no mercado físico O Grupo Montesanto Tavares, um dos maiores exportadores de café arábica do Brasil e que pediu recuperação judicial na quarta-feira (5/3), apresentou à Justiça sua lista de credores que mostra que, da dívida total do grupo, R$ 1,95 bilhão (91,5%) são de débitos com bancos.
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Grupo Montesanto Tavares pede recuperação judicial
Justiça nega pedido do grupo Montesanto Tavares de prazo para renegociar dívidas
A empresa entrou com pedido de recuperação judicial para reestruturar dívidas de R$ 2,13 bilhões na 2ª Vara Empresarial da Comarca de Belo Horizonte. O processo envolve as empresas Atlântica Exportação e Importação, Cafebras Comércio de Cafés do Brasil, Montesanto Tavares Group Participações e Companhia Mineira de Investimento em Cafés.
Uma das principais causas da crise financeira apontadas pelo grupo foram as dívidas com a contratação de operações de adiantamento em contratos de câmbio (ACC), criadas para pagar compras de café no mercado físico, quando houve quebra de safra em 2022 e os produtores deixaram de entregar parte da produção contratada. A forte valorização nos preços do café no último ano também contribuíram para a piora da operação.
Bancos na lista
A maior dívida do grupo é com o Banco do Brasil, um débito de R$ 825,5 milhões, considerando as dívidas em reais (R$ 83,7 milhões) e em dólar (US$ 125,8 milhões), convertido pelo câmbio desta quinta-feira (6).
O segundo maior credor é o Banco Pine, com débito de R$ 269,5 milhões, seguido pelo Banco do Nordeste (R$ 255,9 milhões), Santander (R$ 226,4 milhões) e Caixa (R$ 207,0 milhões) – incluindo dívidas em reais e em dólar convertidos pelo câmbio do dia.
Também compõe a lista de bancos credores o banco Bradesco (R$ 67,4 milhões), Banco Votorantim (R$ 37,7 milhões), Daycoval (R$ 25,9 milhões), Banco Fibra (R$ 19,6 milhões) e BDMG (R$ 15 milhões).
Tradings na lista
Entre as empresas credoras, a Cargill lidera com créditos de R$ 106,5 milhões. Em seguida aparece a exportadora Marex (R$ 76 milhões), Louis Dreyfus Company (R$ 31,2 milhões), Foods Indústria e Comércio (R$ 30,5 milhões) e Mitsui (R$ 25,1 milhões).
As dívidas com o sistema Sicoob somam R$ 32,6 milhões.
Dívidas trabalhistas
Em relação às dívidas trabalhistas, a empresa relatou débitos com 139 dos 177 empregados. Na maioria dos casos, a dívida está abaixo de R$ 1 mil por pessoa. O maior débito com um empregado é de R$ 4.054.
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