Líderes globais debaterão tendências do consumo de café - Café Cotação


A disparada dos preços do café aos consumidores mundiais, desde o ano passado, foi motivada por fatores diversos, como aperto entre oferta e demanda. Bem como as novas regulações do comércio global e a dificuldade de entregas devido a conflitos geopolíticos. Contudo, diante desse cenário, o Conselho dos Exportadores do Café do Brasil (Cecafé) vai promover um debate. O painel ‘Tendências do Consumo de Café‘ será analisado durante o 10º Coffee Dinner & Summit, de 2 a 4 de julho, em Campinas (SP).

Estados Unidos

Nos Estados Unidos, maior consumidor mundial do produto, por exemplo, a taxação de produtos importados anunciada pelo presidente Donald Trump pode ser um fator de impacto. No entanto, as lideranças do setor entendem que ainda é cedo para se avaliar o tamanho, conforme análise de Willian “Bill” Murray, presidente e CEO da National Coffee Association (NCA).

“No geral, o consumo nos EUA tem apresentado uma trajetória ascendente há muitos anos, embora haja variações ano a ano. É muito cedo para dizer, a partir dos dados da NCA, se o consumo está em queda. Teremos uma melhor ideia no terceiro trimestre deste ano, quando realizarmos uma pesquisa de mercado”, conta.

De toda forma, objetivando proteger o mercado consumidor local, o presidente e CEO da NCA informa que a Associação fez um pedido formal de isenção das tarifas ao governo Trump para o café. “Mas é impossível prever se a isenção será concedida”.

Tendências do consumo de café

A Europa é o maior consumidor mundial quando a análise é feita por continentes. Desde já, os apreciadores locais da bebida já sentem o impacto da disparada dos preços. “A maioria dos consumidores está comprando café quando há oferta especial. Uma parte menor vem buscando produtos mais baratos ou de marca própria, enquanto uma pequena minoria tem comprado e bebido menos café”, relata Stefan Dierks, diretor de Estratégia de Sustentabilidade do Grupo Melitta.

Ainda no Velho Continente, a União Europeia vem trabalhando e implementando diversas regulamentações. Como, por exemplo, o Regulamento da UE para Produtos Livres de Desmatamento (EUDR, em inglês). Isto é, com foco na exigência de consumidores por produtos, como o café, cultivado e produzido cada vez mais com respeito à preservação ambiental. Além disso, com metas à responsabilidade social e à transparência corporativa. Simultaneamente, contudo, emerge a preocupação quanto à implantação dessas leis sem o devido tempo para estudo e preparo.

“Diante desse cenário, muitos países produtores de café, bem como os participantes da cadeia de valor, estão, atualmente, muito engajados no cumprimento desses requisitos legais de diligência. No entanto, estamos cientes de que o cumprimento dos requisitos do EUDR até o final de 2025, particularmente, pode ser ainda um desafio para algumas regiões produtoras. A tarefa do setor cafeeiro global e dos membros é, e será, apoiar essas regiões em seus esforços para cumprir todos os requisitos relevantes em tempo hábil e evitar gargalos na disponibilidade”, comenta.

Brasil

Primordialmente, o Brasil é destacadamente o maior produtor de café do mundo. No entanto, não deixa de se destacar também quando o assunto é consumo. Ou seja, o país ocupa o segundo lugar no ranking mundial, atrás apenas dos EUA. E, sim, a elevação dos preços também afeta o consumo dos brasileiros. “O aumento do café foi superior a 83% na ponta, para o consumidor, e, considerando essa alta em um curto espaço de tempo, o peso no bolso foi e é grande. Lembrando que ainda houve aumento de outros alimentos também importantes”, conta Pavel Cardoso, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC).

Entretanto, ele aponta que, com base em informações da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), a população nacional mudou o comportamento e as formas de consumo diante do encarecimento. “Consumidores trocaram suas categorias habituais, mas mantiveram o seu consumo de café. Naturalmente, dentro dos lares, o consumidor optou por evitar o desperdício, fazer menos quantidade de café, deixando de lado a prática do desperdício. Nós, da ABIC, batemos muito nessa tecla do consumo consciente”, revela.

Ainda assim, Cardoso reporta que houve queda no consumo de café entre janeiro e abril de 2025. “Troca de gramaturas maiores para uma menor, substituição de marca, de um blend mais caro para um blend mais barato, são comportamento que observamos e entendemos como natural nesse cenário. O consumidor fez revisão. Na ponta da gôndola, o que sentimos é uma redução, daí o motivo do primeiro quadrimestre ter tido essa retração de 5,13%”, explica.

Recuperação no consumo

Aliás, o presidente da ABIC acredita que pode haver uma recuperação no consumo de café no Brasil em 2025. No entanto, ele pede cautela, considerando a redução no consumo de café no primeiro quadrimestre, a baixa nas cotações. Bem como as estimativas baseadas no comportamento das commodities e do varejo. “Ainda é cedo para estimarmos algo concreto. Precisamos aguardar o fechamento do próximo quadrimestre”, conclui.

Pavel Cardoso, Bill Murray e Stefan Dierks apresentarão essas e outras considerações no painel “Tendências do Consumo de Café” do 10º Coffee Dinner & Summit, previsto para as 15h15 do dia 4 de julho. Afinal, a mediação será do presidente do Cecafé, Márcio Ferreira. Estarão presentes o chefe da Divisão de Gestão de Sustentabilidade da UCC Japan, Ryo Satomi, para analisar o mercado asiático. Além disso, o Country Manager Latam da Euromonitor, Marcel Motta, para uma abordagem específica sobre China e países árabes.

Autoridades confirmadas

Por fim, o Coffee Dinner & Summit 2025 contará com a presença de importantes lideranças públicas e privadas do Brasil e do mundo. No campo político, estão confirmadas as participações dos governadores dos Estados de Minas Gerais, Romeu Zema, e do Espírito Santo, Renato Casagrande. Eles participaram do “Painel Político: Futuro do Agro Brasileiro”, às 14h do dia 4 de julho.

Na macroeconomia, o evento contará com a expertise de um dos negociadores brasileiros do acordo União Europeia-Mercosul e ex-presidente do “Banco do BRICS”, o economista político Marcos Troyjo. Ele fará suas considerações no painel “Economia Brasileira: O que esperar do Futuro?”, previsto para as 16h50 do dia 3 de julho. Para mais informações sobre o evento: https://coffeedinner.com.br/



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