De acordo com balanço do projeto Halal do Brasil, mantido pela Câmara de Comércio Árabe-Brasileira (CCAB) e pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), as exportações brasileiras para os países da Liga Árabe atingiram o segundo recorde consecutivo em 2024, somando US$ 23,68 bilhões, com alta de 22,41% sobre o ano anterior. Na pauta, estão produtos como carne de frango, bovina, açúcar, grãos, café e mate.
O crescimento acompanhou também a abertura de novos países para o produto halal brasileiro. Foram nove novos mercados (Zâmbia, Honduras, São Vicente e Granadinas, Síria, Áustria, Romênia, Vanuatu, Martinica e o território britânico caribenho das Ilhas Turcas e Caicos) elevando para 156 o total de países alcançados pelo projeto.
“Com o passar dos anos, o modo de produção halal transcendeu o mundo árabe e islâmico e passou a ser considerado um selo de qualidade, adotado também por pessoas não muçulmanas, que buscam consumir um alimento de maior qualidade, produzido com melhores práticas de bem-estar animal”, afirma o secretário-geral da CCAB, Mohamad Orra Mourad.
Além dos protocolos religiosos, como a necessidade de o abate ser feito por uma pessoa muçulmana com o animal posicionado em direção a Meca, o método halal também inclui aspectos sanitários e éticos. É exigido, por exemplo, que a morte do animal seja instantânea, realizada com um instrumento de corte afiado o suficiente para evitar seu sofrimento.
E nesse sentido, as habilitações halal têm sido um passaporte para acessar mercados com melhores preços. Segundo Mourad, “é um selo que abre portas não só para países árabes, mas também para América do Norte, Europa, Austrália, Nova Zelândia” e o próprio mercado brasileiro, “porque agrega valor e é possível cobrar a mais por isso.”