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Clima e custo de produção seguem como desafios no campo - Café Cotação




Produtores buscam minimizar efeitos de extremos climáticos e dos preços altos dos insumos Manter a produtividade e a rentabilidade frente aos extremos climáticos e aos custos de produção continuam sendo os principais desafios no campo. Com base nesse cenário, produtores rurais têm buscado alternativas como investimento em sistemas de irrigação para a lavoura e no plantio da própria silagem para o rebanho.
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“O clima tem judiado de quem tem café sem irrigação, assim como eu”, afirma Ivo Suzuki, produtor de café em Diamante do Norte, no extremo Noroeste do Paraná. Numa área de 10 hectares, cultivada pela família há duas gerações, Ivo vê o calor extremo e o pouco volume de precipitações prejudicarem a plantação.
“No mês de janeiro, a quantidade de chuva no sítio não chegou a 100 milímetros. E em todo ano de 2024, não atingiu 1.000 milímetros”, conta. Somada às altas temperaturas na região, o clima fez a estimativa de produtividade passar de uma média de 30 sacas a 40 sacas por hectare para 10 sacas a 15 sacas por hectare na safra atual. A colheita deve acontecer no meio do ano.
Ele comenta que, na safra anterior, o volume já caiu para 22,7 sacas por hectare. “A falta de chuva, no caso de café, ainda propicia o ataque de bicho mineiro, que é a principal praga da cultura”, explica. E acrescenta: “isso tem tornado a atividade bastante desafiadora para a gente que é pequeno produtor”.
Com as mudanças climáticas afetando cada vez mais a produtividade e a rentabilidade, Ivo está pesquisando sistemas de irrigação para a lavoura. “Hoje a irrigação é um manejo de clima, é uma necessidade”, afirma. Ele está pesquisando opções, valores do investimento e possibilidades de financiamento: “a gente paga mais juros hoje e isso vai dificultando”.
Mesmo assim, o produtor pretende acelerar o projeto tendo em vista uma possível cobrança pelo uso da água, assim como a busca de autorização do uso de recursos hídricos. Tudo para tentar seguir adiante com a produção.
Custo de produção de ovinos tem crescido
Robispierre Giuliani/Divulgação
Custo de produção
Para a criadora de ovelhas Raib Dorotea Schüller, de Castro, na região dos Campos Gerais, o principal desafio é o custo de produção. “O custo de produção corresponde a 90% dos gastos com a atividade. E com os custos se tornando cada vez mais altos, a rentabilidade é muito pequena”, explica.
Com um rebanho de 50 cabeças de ovelhas e de cordeiros, com foco na venda da carne por meio de uma cooperativa da região, ela deu início à produção da própria silagem, visando reduzir os gastos com ração.
Raib planta atualmente um hectare de milho para silagem e pretende ampliar para 2,5 hectares no próximo ano até chegar a três hectares: “estou aumentando aos poucos”. O rebanho é criado no sistema extensivo, ou seja, solto no pasto.
De acordo com a produtora, a ração representa o custo mais alto, uma vez que também é necessário dar um suplemento. Raib salienta que as ovelhas são tratadas com silagem em épocas de entressafra. “Depois ainda precisa da silagem junto e é isso que torna inviável”, aponta.
“Eu continuo porque amo carneiros e ovelhas. Continuo insistindo para ver se um dia melhora”, completa. Além de alimentar o rebanho, o excedente do milho é vendido. Todo o investimento no negócio, até o momento, é feito sem uso de linhas de crédito: “pelo medo de, se não der certo, ficar com a dívida”.
Paulo Orso, produtor de soja e presidente do Sindicato Rural de Cascavel
Carolina Mainardes/Globo Rural
Boa gestão
“Hoje, se não tiver uma boa gestão na propriedade, o produtor estará trabalhando quase que no fio da navalha”, avalia Paulo Orso, produtor de soja e presidente do Sindicato Rural de Cascavel. “Isso para quem é proprietário, porque para quem paga arrendamento, pode acabar trabalhando no vermelho”, completa.
Paulo aponta que os custos de produção – muitos deles atrelados ao dólar – deixam uma margem pequena de lucro para os produtores. Segundo ele, a lista que encarece a atividade inclui sementes, fertilizantes e defensivos, mas também o combustível e até a energia elétrica. “Com os custos altos desses insumos e dependente do clima, o produtor fica à mercê dessa indústria a céu aberto, sem segurança”, ressalta.
Ele reforça que, mesmo com as condições climáticas extremas, as taxas de juros do seguro rural e a redução da subvenção pelo governo têm levado muitos agricultores a não optarem pela contratação. “Aqui [na região] o produtor não está mais fazendo seguro. Eu mesmo, nas duas últimas safras, não fiz seguro. Até então, sempre optei pelo seguro, mas enquanto havia subvenção do governo federal. Sem isso, a gente prefere correr o risco”, conta.
Na propriedade de Paulo, dos cerca de 200 hectares de soja plantados na safra atual, a estimativa de produtividade é boa, com média de 70 sacas por hectare e leve quebra na parte da lavoura com a soja de plantio tardio. Segundo o produtor, diferentemente de outras regiões de Cascavel, na propriedade dele o clima ajudou desta vez.
Ele admite que o sindicato recomenda a contratação do seguro aos produtores e trabalha – junto com a Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep) – para efetivar a ampliação de recursos para o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR). “Da forma como está, pagar o seguro sem subvenção inviabiliza a atividade”, relata.
*A jornalista viajou a convite do Pool de imprensa Show Rural



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