O mês de abril foi marcado por chuvas distribuídas, que aconteceram de forma irregular na área de atuação da Cooxupé. Apesar dos registros, o volume de precipitação em Nova Resende (80,4 mm), no Sul de Minas, e São José do Rio Pardo (49,8 mm), na Média Mogiana de São Paulo, permaneceram abaixo da média histórica. Sendo São José do Rio Pardo o município que apresentou menor volume acumulado para o mês, aliás.
Com exceção de Nova Resende e São José do Rio Pardo, todos os municípios monitorados pela cooperativa permaneceram com volumes de chuva acima da média histórica. De antemão, destaque para o Cerrado Mineiro, em Serra do Salitre, onde houve registro de 286,2 mm, maior acúmulo para o mês. Nesse sentido, houve chuvas distribuídas de forma irregular durante os três decêndios do mês.
Antes de mais nada, é o que informa o Departamento de Geoprocessamento da Cooxupé.
Temperaturas
Em primeiro lugar, as temperaturas permaneceram próximas à média histórica em todos os municípios avaliados pela Cooxupé. Variando, assim, de 0,1 a 1,3°C. Com destaque para Guaxupé (Sul de Minas Gerais) e Monte Carmelo (Cerrado Mineiro) com 1,3°C superior aos registros históricos. São José do Rio Pardo e Guaxupé registraram a maior temperatura do mês (33,2°C).
Inclusive, todos os municípios apresentaram temperaturas máximas acima de 28,2°C. Enquanto Cabo Verde (no Sul de Minas) registrou a menor temperatura no mês (11,3°C).
Outro ponto de atenção é a grande diferença entre as temperaturas máximas e as mínimas. Gerando, dessa forma, amplitude térmica, fator que pode alterar o metabolismo das plantas. Sobretudo, o que causa consumo de energia elevado, redução de carboidratos, ou mesmo interfere no processo de divisão e diferenciação celular.
Chuvas distribuídas
A princípio, vários municípios registraram excedente hídrico. Ou seja, parte da água não infiltrou no perfil do solo onde caiu, escoou pela superfície, infiltrando-se em outros locais. Ou depositando-se em algum curso d’água, fator causado pelas chuvas irregulares e altos volumes de precipitação característicos das chuvas de verão. Serra do Salitre registrou 286,2 mm de excedente hídrico, seguida por Caconde com 168,8 mm.
Ponto de atenção: Vários municípios registraram déficit hídrico no mês de abril, que é um indicador da falta de água que as plantas foram submetidas. Nesse sentido, gerando estresses e gastos de energia que poderiam ser utilizados no desenvolvimento dos frutos e ramos. Registraram déficit hídrico com maior volume pelo 1º e 2º decêndio do mês em São José do Rio Pardo, com o registro de 37,0 mm.
Fase de maturação
Com a queda das temperaturas, em suma, também acontece a redução dos processos metabólicos das plantas. Isto é, redução na taxa fotossintética, crescimento e multiplicação celular, além do crescimento de ramos, nós e folhas. Essa estrutura será responsável pela safra de 2026. Afinal, as lavouras estão na fase final de desenvolvimento.
Por outro lado, a fase de maturação corresponde ao período de amadurecimento dos frutos e momento de colheita. Nesse caso, o tempo necessário para maturação dependerá dos regimes de temperatura e hídrico (chuva) durante o período. Podendo, assim, reduzir ou adiantar o período de café maduro.
Em conclusão, altas temperaturas e faltas de chuva podem acelerar o metabolismo da planta. Dessa forma, induzindo a produção do hormônio etileno, que será o responsável pelo aceleramento da fase de maturação e menor janela de colheita. Em contrapartida, baixas temperadas e altas umidades podem favorecer o período de maturação, mas também afetar a qualidade dos frutos e provocar fermentações indesejáveis.
Na página da Cooxupé, em síntese, estão disponíveis para consulta todos os dados coletados pelas estações meteorológicas da Cooxupé.