O preço do café registrou forte queda na bolsa de Nova York, enquanto alguns participantes do mercado acreditam que o grão brasileiro pode conseguir um alívio das sobretaxas de 50% anunciadas pelo governo dos EUA. Os lotes do arábica com entrega para setembro recuaram 3,92% (1160 pontos) nesta sexta-feira (1°), para um valor de US$ 2,8420 a libra-peso.
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“A queda do café hoje, além de fatores técnicos, está relacionada com o sentimento de que ainda existe esperança para o café ser excluído das sobretaxas americanas. Há um apelo muito forte de entidades do Brasil e também dos EUA para que haja uma solução para o café brasileiro”, destaca Leonardo Rossetti, analista de inteligência de mercado da StoneX.
Ainda segundo ele, com as taxas tendo potencial para reduzir drasticamente as exportações de café do Brasil, os americanos sabem que não conseguirão buscar novos compradores no curto prazo. Somente ano passado, os EUA responderam por 16% das exportações do Brasil, com mais de 8 millhões de sacas. Sob esse contexto, Rossetti diz que Colômbia, Honduras e Guatemala aparecem como opções ao produto brasileiro.
Para Haroldo Bonfá, diretor da Pharos Consultoria, a Colômbia – segundo maior exportador mundial de café arábica – não tem mais produto para negociar com EUA. “A indústria americana vai procurar alternativas ao café brasileiro. Se ela não encontrar outros compradores, vai fazer a conta: valerá a pena comprar do Brasil com 50% a mais de custo?”, questiona.
Rossetti, da StoneX, lembrou que enquanto há uma corrida dos exportadores brasileiros para embarcar o café que já foi negociado, os novos negócios estão paralisados até que haja um desfecho para a questão tarifária.
Suco de laranja
Pela quarta sessão consecutiva, os preços do suco de laranja despencaram na bolsa de Nova York. Os contratos para novembro, os mais negociados, caíram 9,61% (2500 pontos), a US$ 2,3515 a libra-peso.
Os preços do suco ainda são impactados pela notícia de que o produto entrou na lista de exceções das sobretaxas de Trump. Agora, Andres Padilla, analista sênior do Rabobank, acredita em novas quedas para o produto em Nova York. Ele ressalta, no entanto, que talvez o suco não volte ao patamar abaido dos US$ a libra-peso, pois “parece um valor excessivamente baixo”, disse.
Cacau
Um movimento de realização de lucros direcionou a baixa nos preços do cacau na bolsa de Nova York. Os papéis para dezembro fecharam em queda de 2,42% (187 pontos), para US$ 7.554 a tonelada.
Açúcar
A expectativa de aumento na oferta ainda pressiona o açúcar. Os lotes para outubro fecharam em queda de 1,04% (17 pontos), para 16,18 centavos de dólar a libra-peso.
Algodão
O algodão fechou a sessão em Nova York com preços em baixa. Os lotes para dezembro caíram 1,32% (89 pontos), a 66,36 centavos de dólar a libra-peso.
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