O café brasileiro segue taxado em 50% pelos Estados Unidos, mesmo após a divulgação de um novo decreto do governo americano que trouxe expectativa ao setor. Primeiramente, o documento, em vigor desde agosto, prevê exceções para produtos que não podem ser cultivados, minerados ou produzidos naturalmente nos EUA. Além disso, mercadorias que não existem em quantidade suficiente para suprir a demanda A medida não alcança o café do Brasil. Antes de mais nada, a notícia é do site Notícias Agrícolas.
Café brasileiro segue taxado
Porém, segundo o analista de mercado e diretor da Pharos Consultoria, Haroldo Bonfá, a medida não se aplicará ao Brasil. “O decreto está direcionado às nações amigas e aliadas aos ideais dos EUA. Contudo, o relacionamento entre Brasil e Estados Unidos está péssimo. Quase não temos mais diálogo e não somos considerados uma nação amiga”, afirmou.
O Brasil é o maior exportador de café aos EUA, fornecendo cerca de 30% dos grãos consumidos pelos americanos. Mas, segundo Haroldo, essa taxação ao nosso país é mais um conflito político e não econômico, e por conta disso, o café brasileiro deve seguir taxado em 50%.
Impacto nas exportações
De acordo com relatório do Cecafé, as remessas de café do Brasil para os EUA caíram 75% em agosto de 2025, frente ao mesmo mês do ano passado. Além disso, dados da Vizion apontam que grandes produtores, como Vietnã e Colômbia, não conseguiram suprir a demanda americana.
Todavia, lideranças do setor afirmam que os estoques excedentes dos EUA amenizaram, até agora, os impactos da escassez. Por sua vez, alertam que, caso o consumo continue no ritmo atual, será inevitável recorrer a novas remessas em breve.
Reflexo no consumidor
O efeito da taxação já chegou às prateleiras. Conforme o Departamento de Estatísticas do Trabalho dos EUA (BLS), o preço médio do café moído atingiu recorde de US$ 8,87 por libra em agosto de 2025, aumento de 20,9% em relação ao ano anterior.
Portanto, o café no varejo americano registrou a maior alta anual do século, resultado direto da tarifa sobre o produto brasileiro.
Segundo o Cecafé, o trabalho segue em busca de estratégias para incluir o café na lista de exceções. A entidade destaca que o produto é relevante para a economia, agrega valor à indústria, gera empregos e representa um recurso natural inexistente nos EUA.
