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Brasil deixa de embarcar 737,7 mil sacas de café em abril - Café Cotação


Os principais produtos que dependem de contêineres para serem exportados se encontram no período de entressafra no Brasil. O que, em tese, gera um desafogo nos principais portos do país. No entanto, não é essa a realidade que vem sendo observada, com os exportadores continuando a enfrentar gargalos logísticos. E a acumular prejuízos com custos extras durante os processos de embarque em abril.

Segundo dados atualizados pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), o setor não conseguiu embarcar 737.653 sacas de 60 kg do produto. Ou seja, o equivalente a 2.236 contêineres, o que gerou um prejuízo de R$ 6,657 milhões no caixa das empresas. Valor devido a gastos imprevistos com armazenagem adicional, detentions, pré-stacking e antecipação de gates.

Em abril

Desde o início do levantamento realizado pelo Cecafé, em junho de 2024, os exportadores associados à entidade acumulam um prejuízo de R$ 73,233 milhões. Todavia, custos extras em função da estrutura defasada nos principais portos de escoamento do produto no Brasil.

De antemão, a impossibilidade do embarque desse volume de café também impediu que o país recebesse US$ 328,60 milhões. Isto é, R$ 1,900 bilhão, como receita cambial em suas transações comerciais somente em abril deste ano. Desse modo, considerando o preço médio Free on Board (FOB) de exportação de US$ 445,47 por saca (café verde). E um dólar de R$ 5,7831 na média do mês passado.

Investimentos necessários

O diretor técnico do Cecafé, Eduardo Heron, reforça o discurso de que são importantes os anúncios que o poder público vem fazendo sobre investimentos em infraestrutura. Como o leilão do Tecon Santos 10, por exemplo, a concessão do canal de entrada marítima ao porto, o túnel de ligação Santos-Guarujá. Além disso, a terceira via de descida da Rodovia Anchieta para a baixada santista. Mas que esse cenário precisa de muita celeridade e nada de burocracias.

“Essas melhorias propostas levarão cerca de cinco anos para serem entregues, considerando condições normais na tramitação. No entanto, a ideia de restringir a participação ampla de interessados no leilão do Tecon Santos 10, incluindo armadores, não faz o menor sentido. Pois cria dificuldades ao processo, com eventuais judicializações, o que tornaria ainda mais lento o leilão do terminal. Dessa forma, levando as empresas que atuam no comércio exterior a acumularem ainda mais prejuízos com as despesas logísticas”, comenta.

Infraestrutura portuária

Além do impacto negativo aos exportadores, Heron recorda que o produtor brasileiro de café também é prejudicado com esses entraves na infraestrutura portuária.

“O Brasil é o país que mais repassa o preço FOB da exportação ao cafeicultor, a uma média, em 2024, de 88,3% aos que cultivam arábica. E de 96,5% aos que produzem canéfora (conilon + robusta). Quando não conseguimos exportar nossos cafés devido à não concretização dos embarques por falta de infraestrutura portuária, também deixamos de repassar mais receita a nossos produtores”, informa.

Ele completa que, diante de todo o cenário que se faz negativo, da produção à exportação, os entes públicos necessitam, cada vez mais, avançar, de forma emergencial e célere. Desse modo, permitindo que os investimentos anunciados possam contribuir para um fluxo normal no escoamento das safras brasileiras, sem burocracias e restrições. Afinal, como vem parecendo ocorrer na questão do leilão do Tecon Santos 10.

“As cargas precisam de oferta de capacidade emergencialmente e não há razões consistentes que justifiquem a limitação da participação de interessados no leilão. Pois restringir aqueles que possuem expertise e know how na movimentação e transporte das cargas, como o caso dos armadores, seria um grande equívoco. Além disso, a eventual restrição pode abrir nova discussão ao tema e gerar precedente para eventuais judicializações do processo, em ano pré-eleitoral. O que, certamente, retardaria ainda mais o trâmite de licitação do leilão do Tecon Santos 10”, explica.

Esgotamento dos portos

O diretor Técnico do Cecafé recorda, ainda, que os impactos logísticos e os prejuízos causados aos exportadores de café evidenciam o esgotamento da infraestrutura portuária. Assim como, a nítida necessidade de se avançar com celeridade no leilão “para que tenhamos melhor estrutura, oferta de capacidade e eficiência no Porto de Santos. Evitando, ou pelo menos mitigando, os elevados prejuízos ao setor e o menor repasse aos produtores”.

Segundo Heron, o Cecafé mantém seu trabalho de buscar diálogos constantes com todos os atores dos setores público e privado. Contudo, apresentando números reais relativos ao crítico cenário logístico-portuário para que sejam encontradas soluções de impacto imediato ao setor.

“Essa aproximação tem aumentado o interesse e a utilização de nossos dados e informações por parte de autoridades portuárias, Ministério de Portos e Aeroportos. Além disso, da (Agência Nacional de Transportes Aquaviários) ANTAQ para buscarem respostas que atendam aos exportadores ao otimizar a operacionalização nos portos do Brasil”, conclui.

Raio-X dos atrasos

Somente em abril, 56% dos navios, ou 157 de um total de 283 embarcações, tiveram atrasados ou alteração de escalas nos principais portos do Brasil. Conforme o Boletim Detention Zero (DTZ), elaborado pela startup ElloX Digital em parceria com o Cecafé.

Porto de Santos

Ademais, o levantamento aponta que, o Porto de Santos registrou um índice de 79,9% de atraso ou alteração de escalas de navios, entre janeiro e abril deste ano. Ou seja, envolveu 99 do total de 171 porta-contêineres. Aliás, o tempo mais longo de espera no mês passado foi de 31 dias no embarcadouro santista.

Também no mês passado, somente 7% dos procedimentos de embarque tiveram prazo maior do que quatro dias de gate aberto por navios no embarcadouro santista. Em outras palavras, outros 66% possuíram entre três e quatro dias; e 28% tiveram menos de dois dias.

Rio de Janeiro

O complexo portuário do Rio de Janeiro (RJ), o segundo maior exportador dos cafés do Brasil, registrou 16% de participação nos embarques no primeiro quadrimestre de 2025. Nesse sentido, o porto carioca teve índice de atrasos de 67% no mês passado. Isto é, com o maior intervalo sendo de 15 dias entre o primeiro e o último deadline. A princípio, esse percentual indica que 26 dos 39 navios destinados às remessas do produto sofreram alteração de escalas.

Ainda entre janeiro e abril deste ano, 18% dos procedimentos de exportação tiveram prazo superior a quatro dias de gate aberto por porta-contêineres nos portos fluminenses; 36% registraram entre três e quatro dias; e 46% possuíram menos de dois dias.

Adesão ao Boletim BTZ

Em conclusão, os exportadores de café interessados em acessar o Boletim Detention Zero podem se inscrever clicando aqui. Com o cadastro efetuado, por fim, a ElloX passará as orientações a respeito dos procedimentos para a obtenção das informações dos terminais.



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