De acordo com a atualização do AbicsData, plataforma da Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics), o Brasil bateu recorde em exportação do produto em 2024. Ao todo, foram remetidas o equivalente a 4,093 milhões de sacas ao exterior. Desse modo, implicou um crescimento de 13% na comparação com os 3,622 milhões aferidos no ano anterior. Antes de mais nada, a notícia é da Abics.
Recorde em exportação
Em receita cambial, o Brasil obteve US$ 950,056 milhões de janeiro a dezembro de 2024, implicando um acréscimo de 35,3% o faturamento do ano anterior. Contudo, a marca representa recorde em faturamento dos cafés solúveis brasileiros no ano passado.
“Registramos um recorde de volume que consolida a posição do Brasil como maior produtor e exportador de café solúvel no mundo. Primeiramente, exportamos para cerca de 100 países, tendo como principal destino, tradicionalmente, os Estados Unidos, que compram cerca de 20% do produto brasileiro. O que é curioso é que tradicionais produtores de café solúvel, como Indonésia, México, Vietnã e Colômbia, também figuram na lista de importadores do produto nacional”, comenta Fabio Sato, presidente da entidade.
Países de destinos
Em primeiro lugar, os Estados Unidos lideraram o ranking dos principais parceiros comerciais dos cafés solúveis do Brasil em 2024. Aliás, o país norte-americano importou 777.401 sacas, o que representou um avanço de 10,9% na comparação com os dados de 2023. Fechando o top 3, aparecem a Rússia, que adquiriu 253.240 sacas do produto (+346%), e a Indonésia, com 243.455 sacas (+7,6%).
Além dos indonésios, merece destaque o desempenho das exportações do produto brasileiro a tradicionais produtores de café solúvel, como o México, sétimo na tabela, e o Vietnã, que ocupou a 11ª colocação.

Perspectivas 2025
Segundo o diretor de Relações Institucionais da Abics, Aguinaldo Lima, o cenário pode permanecer positivo em 2025, principalmente se o governo federal atuar na concretização de acordos comerciais internacionais.
“Há uma esperança de que o acordo Mercosul-União Europeia vingue e o setor consiga aumentar a capacidade de embarque. A UE é o nosso segundo maior destino de exportações no conjunto de países, atrás apenas dos Estados Unidos. Então, há uma possibilidade grande de crescimento muito rápido dos embarques para o bloco se o acordo for consolidado o mais breve possível”, analisa.
Consumo interno
No ano passado, o consumo brasileiro de café solúvel também alcançou seu maior nível na história. Contudo, o mercado interno absorveu 1,069 milhão de sacas do produto, apresentando um crescimento de 0,6% na comparação com 2023, ano do recorde anterior.
Entretanto, a consultora da Abics, Eliana Relvas, explica que esse aumento contínuo no consumo se deve ao fato de as indústrias elaborarem novos produtos. Ainda assim, com novas embalagens, aplicando mais tecnologia, aromas e sabores, e os trazerem ao mercado.
“Esse investimento das indústrias permite que os consumidores conheçam mais os cafés solúveis e sua empregabilidade, consumindo-o não apenas na xícara ou com leite, mas também em várias formas. Aliás, considerando que o café solúvel é um dos ingredientes para ser utilizado em diversos produtos distintos, como bebidas prontas, balas, doces, chocolates, bombons, sorvetes, etc.”, comenta.
Aguinaldo Lima completa que, apesar de o setor projetar um crescimento um pouco inferior à média de 3,4% dos anos anteriores, a expectativa é que o mercado interno brasileiro siga crescendo, “talvez entre 1% e 2%”.
Reforma tributária
Além disso, as indústrias de café solúvel do Brasil também celebram o fato de o produto ter sido incluído na cesta básica na reforma tributária. “Passa a ser uma cadeia desonerada e isso nos ajuda bastante do ponto de vista da competitividade e do aumento de consumo”, indica.
Lima, contudo, recorda que ainda há o problema do crédito presumido de PIS/Cofins, que ficou para trás. “Isso nós precisamos resolver para não perdermos competitividade e nos manter na liderança mundial de exportação e produção de café solúvel”, conclui o diretor da Abics.
Clique aqui e confira a íntegra do Relatório do Café Solúvel do Brasil – 2024.