Muito mais do que uma bebida para espantar o sono, o café pode estar entre os aliados da longevidade. Primeiramente, é o que indica um novo estudo, conduzido pela Queen Mary University (Inglaterra). A pesquisa investigou como a cafeína, o principal composto ativo do cafezinho, age sobre mecanismos celulares associados ao envelhecimento. Dessa forma, confirmando que beber café faz bem e pode prolongar a vida. A notícia é do UOL.
Os pesquisadores usaram leveduras de fissão, organismos simples que compartilham características com as células humanas. Ou seja, para entender os efeitos da cafeína em situações de estresse celular, como a exposição a toxinas e a falta de nutrientes.
Beber café faz bem
O resultado foi surpreendente. A cafeína, sobretudo, ativou uma espécie de “reserva energética” das células, conhecida como AMPK (proteína quinase ativada por AMP). Esse sistema atua como um interruptor de emergência, que entra em ação quando os níveis de energia celular estão baixos. Favorecendo, assim, a adaptação e a sobrevivência celular. Com a cafeína, o desempenho desse sistema foi potencializado e as células viveram mais.
Outro achado relevante, aliás, foi a atuação da cafeína em células com danos no DNA. Em geral, quando o material genético está comprometido, as células param de se dividir para evitar que os danos se espalhem. De antemão, o estudo mostrou que a substância pode impedir esse bloqueio, favorecendo mecanismos de reparo e proteção contra o agravamento do dano.
Portanto, esses efeitos ajudam a explicar o motivo que o café pode ter impacto direto sobre a saúde celular e a longevidade. Além de abrir caminho para novas abordagens terapêuticas no futuro.
Redução de doenças
Antes de mais nada, os achados celulares reforçam o que diversas pesquisas clínicas já apontavam sobre os benefícios do café. De acordo com especialistas em medicina e nutrição, o consumo regular da bebida está associado a menor incidência de doenças cardiovasculares. E, ainda, diabetes tipo 2 e enfermidades neurodegenerativas como Alzheimer e Parkinson.
Esse efeito protetor vem de compostos bioativos como cafeína, ácidos clorogênicos e polifenóis. Isto é, potentes antioxidantes que combatem os radicais livres e o estresse oxidativo, ajudando a retardar o envelhecimento celular.
Ademais, o cafezinho também melhora a sensibilidade à insulina, protege o fígado, acelera o metabolismo e favorece a queima de gordura. Seus efeitos positivos se estendem ao cérebro, à respiração e ao sistema digestivo. Dessa forma, fortalecendo a memória, reduzindo a fadiga dos músculos respiratórios e estimulando o funcionamento intestinal. Além disso, pode ajudar na prevenção de certos tipos de câncer, cálculos renais e até esclerose múltipla.
Segredo está na dose
Apesar da lista robusta de benefícios, o café precisa ser consumido com responsabilidade. Por isso, a moderação é essencial para que a bebida seja uma aliada.
Em suma, especialistas recomendam um consumo máximo de 400 miligramas de cafeína por dia. O que equivale a cerca de três a quatro xícaras médias de café coado. Dentro desse limite, os efeitos positivos são otimizados.
Por fim, é fundamental entender que beber café faz bem, porém, não substitui um conjunto de hábitos para a longevidade. Alimentação equilibrada, sono de qualidade, prática regular de atividade física e conexões sociais são pilares insubstituíveis.